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Delcídio acertou caixa 2 na sauna, diz casal de marqueteiros

O senador cassado teria exigido que parte dos pagamentos pela sua campanha fosse feita via caixa 2, por meio de depósito no exterior

Delcídio do Amaral: o advogado do ex-senador disse que seu cliente não reconhece os fatos relatados pelo casal como verdadeiros (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de maio de 2017 às 17h53.

Brasília - O marqueteiro João Santana e sua mulher, a empresária Mônica Moura, contaram em delação premiada que o senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS, ex-PT) exigiu que parte dos pagamentos pela sua campanha ao Senado, em 2002, fosse feita via caixa 2, por meio de depósito no exterior.

Conforme anexos da colaboração do casal à Lava Jato, a negociação com o marqueteiro foi feita numa reunião dentro da sauna da casa do ex-congressista, em Campo Grande.

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Na época, ele era secretário de Estado em Mato Grosso. "João Santana foi convidado, de forma inusitada, a conversar dentro da sauna, pois claramente Delcídio visava a preservar informações quanto a valores e forma de pagamento", diz trecho do documento.

O suposto caixa 2 não consta do acordo de delação firmado por Delcídio com a Lava Jato.

Procurado pela reportagem, o advogado do ex-senador, Antônio Figueiredo Basto, disse que seu cliente não reconhece os fatos relatados pelo casal como verdadeiros. Por esse motivo, segundo ele, o episódio não foi tratado na colaboração.

"Conversa em sauna? Se ele tivesse cautela para conversar com as pessoas, não teria acontecido o que aconteceu", comentou.

Delcídio foi preso no fim de 2005, após ter sido gravado numa conversa com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, e outras pessoas em suposta tentativa de atrapalhar investigações da Lava Jato.

Ele foi solto depois de confessar ilícitos aos investigadores.

Santana e Mônica contaram que o marketing da campanha de Delcídio foi orçado em R$ 4 milhões. Metade teria sido paga "por dentro" e a outra metade, por meio de depósito feito por uma offshore na conta Shellbill, de Santana, na Suíça.

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