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Delator identifica mais depósitos de propina da Odebrecht

Barusco disse em sua delação premiada que havia recebido propina da maior empreiteira do País, no exterior, via offshore Construtora Del Sur


	Ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco: "A identificação das origens (do pagamento de propina), quando eu fiz meu depoimento era um, hoje já tem um nível de conhecimento bastante maior"
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco: "A identificação das origens (do pagamento de propina), quando eu fiz meu depoimento era um, hoje já tem um nível de conhecimento bastante maior" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2015 às 12h16.

São Paulo - O ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco afirmou em interrogatório nesta quinta-feira, 29, que identificou 'mais depósitos' de offshores da Odebrecht no exterior.

Barusco disse em sua delação premiada, iniciada há cerca de um ano, à força-tarefa da Operação Lava Jato que havia recebido propina da maior empreiteira do País, no exterior, via offshore Construtora Del Sur.

"A identificação das origens (do pagamento de propina), quando eu fiz meu depoimento era um, hoje já tem um nível de conhecimento bastante maior", afirmou.

Em julho deste ano, a Procuradoria da República revelou contas supostamente usadas pelo grupo em nome de empresas offshores Smith & Nash Engeinnering Company, Arcadex Corporation, Havinsur S/A, Golac Project, Rodira Holdings, Sherkson Internacional.

A partir dessa descoberta, Barusco afirma que identificou novos repasses da Odebrecht.

"Da Odebrecht, sempre (recebi) lá fora. Sempre recebi em contas na Suíça. Eu consegui identificar recebimento só de uma fonte que eu recebia da Odebrecht, que era aquela Constructora del Sur. Quando o Ministério Público fez uma apresentação, eu vi na televisão, colocou que outras contas, outras offshores seriam da Odebrecht, eu identifiquei, nos meus documentos bancários, depósitos dessas novas offshores que foram colocadas pelo Ministério Público", disse Barusco.

"Eu consegui identificar mais depósitos que seriam supostamente da Odebrecht. Fiz essa revisão e mandei para o Ministério Público, para o Dr. Deltan (Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato). Eu tenho lá com o Dr. Deltan a identificação de depósitos daquelas contas offshores que foram colocadas pelo Ministério Público."

Ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato, Pedro Barusco afirmou que sobre os depósitos em suas contas no exterior, 'só verificava na conta se caiu determinada quantia, mais nada'.

"Às vezes, falava: vai cair US$ 200 mil, US$ 300 mil. Eu identifiquei uma vez que caiu. Normalmente, não vinha, mas dessa vez veio a origem. Eu identifiquei que seria da Odebrecht. Teria que cair 'X' da Odebrecht, caiu e veio dessa Construtora Del Sur. Eu lembro que eu fiquei com isso na cabeça", afirmou Barusco.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, a Construtora Del Sur fez 9 transferências, de cerca de US$ 1 milhão, em 2009. Barusco confirmou estes depósitos e disse que identificou outros de offshores reveladas pela Procuradoria.

"Eu tinha na documentação bancária algumas origens Innovation Research, Klienfeld, só que eu não relacionava de quem eu tinha recebido. Eu tinha a origem, mas não sabia como relacionar. Quando o Ministério Público falou que era da Odebrecht, eu identifiquei que era da Odebrecht."

A Odebrecht nega taxativamente envolvimento no esquema de corrupção instalado na Petrobras.

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