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Delator diz ter pago propina de R$ 12 mi para Renato Duque

Julio Camargo depôs como testemunha de acusação. Ele agia em nome do Grupo Toyo Setal, segundo a força tarefa da Lava Jato

Lava Jato: segundo delator, suas empresas foram utilizadas para o pagamento de propinas (Divulgação / Polícia Federal)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2015 às 15h30.

São Paulo e Curitiba - O executivo Julio Gerin de Almeida Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato , afirmou à Justiça Federal no Paraná na segunda-feira, 2, que pagou propina de R$ 12 milhões ao ex-diretor da área de Engenharia e Serviços da Petrobras Renato Duque e ao ex-gerente Pedro Barusco durante negociação de contrato da Refinaria de Araucária (PR).

Ele atuou junto ao Consórcio CCPR, das empresas Camargo Corrêa e Promon.

Julio Camargo depôs como testemunha de acusação. Ele agia em nome do Grupo Toyo Setal, segundo a força tarefa da Lava Jato.

Como executivo do grupo, intermediava pagamento de propinas a diretores da Petrobras.

"Tinha como regra 1%, mas isso era muito flexível e muitas vezes isso era negociado. No meu caso, sempre negociei para menor e nunca para maior. Eu paguei em torno de R$ 12 milhões. A maioria dos pagamentos eram feitos em contas indicadas no exterior e outra parte em reais aqui no Brasil", afirmou Julio Camargo.

Ele afirmou que não teve conhecimento sobre pagamentos de propina da área de Abastecimento para este contrato.

Na área de Engenharia, no entanto, foi incisivo ao apontar Duque e Barusco como recebedores de propinas.

"Na área de Engenharia, especificamente, doutor Renato Duque e doutor Pedro Barusco."

Segundo ele, suas empresas foram utilizadas para o pagamento de propinas.

"Havia uma regra do jogo. Se você não pagasse propina à área de Engenharia e de Abastecimento, o senhor não teria sucesso ou não obteria seus contratos na Petrobras."

À Justiça, Camargo confirmou o que havia dito sobre a obra do Comperj (Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro) em sua delação premiada.

Segundo ele, houve pedido de propina das áreas de Abastecimento, comandada na época pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, e de Engenharia, por Renato Duque.

"Não fiquei responsável por nenhum pagamento neste caso, porque o meu contrato neste caso não tinha como custo, como ônus, nem o pagamento da área da Engenharia e nem a área de Abastecimento. UTC e Odebrecht (ficaram responsáveis pelo pagamento da propina), para ambas as áreas."

UTC, Odebrecht e Toyo faziam parte do Consórcio TUC, responsável pela obras do Comperj. O consórcio foi contratado sem licitação pelo valor inicial de R$ 3,8 bilhões.

"Não tenho conhecimento como foi operacionalizado (pagamento da propina), mas tudo leva a crer que foi operacionalizado, porque o contrato ocorreu, foi assinado, as obras seguiram muito bem e estamos no final da obra."

Camargo disse que os pedidos de propina partiam dos diretores da Petrobras diretamente a ele.

Segundo o executivo, caso os pagamentos não fossem feitos, os contratos poderiam não ocorrer.

"Chegou um determinado momento em que essa conversa (pedidos de propina) não era mais necessária, era regra do jogo. Era uma confirmação daquilo que já existia. Pagava-se pela vontade de se obter sucesso", disse.

"Eu nunca falei, não só à Camargo, como aos meus representados, que aquilo era propina. Eu disse que aquilo tinha um custo total, expunha aquele custo, a pessoa aceitava ou não aceitava. Dentro desse custo, havia a propina", afirmou.

A Odebrecht negou ter feito pagamento para executivos ou ex-executivos para obter contratos com a Petrobras.

"Todas os contratos conquistados, há décadas, pela Odebrecht, junto à Petrobras são produto de processos de seleção e concorrência previstos em lei. A empresa ainda repudia afirmações caluniosas, confessadamente baseadas em suposições, feitas por réu confesso no processo que corre na Justiça Federal do Paraná", diz nota divulgada pela empresa.

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Ele atuou junto ao Consórcio CCPR, das empresas Camargo Corrêa e Promon.

Julio Camargo depôs como testemunha de acusação. Ele agia em nome do Grupo Toyo Setal, segundo a força tarefa da Lava Jato.

Como executivo do grupo, intermediava pagamento de propinas a diretores da Petrobras.

"Tinha como regra 1%, mas isso era muito flexível e muitas vezes isso era negociado. No meu caso, sempre negociei para menor e nunca para maior. Eu paguei em torno de R$ 12 milhões. A maioria dos pagamentos eram feitos em contas indicadas no exterior e outra parte em reais aqui no Brasil", afirmou Julio Camargo.

Ele afirmou que não teve conhecimento sobre pagamentos de propina da área de Abastecimento para este contrato.

Na área de Engenharia, no entanto, foi incisivo ao apontar Duque e Barusco como recebedores de propinas.

"Na área de Engenharia, especificamente, doutor Renato Duque e doutor Pedro Barusco."

Segundo ele, suas empresas foram utilizadas para o pagamento de propinas.

"Havia uma regra do jogo. Se você não pagasse propina à área de Engenharia e de Abastecimento, o senhor não teria sucesso ou não obteria seus contratos na Petrobras."

À Justiça, Camargo confirmou o que havia dito sobre a obra do Comperj (Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro) em sua delação premiada.

Segundo ele, houve pedido de propina das áreas de Abastecimento, comandada na época pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, e de Engenharia, por Renato Duque.

"Não fiquei responsável por nenhum pagamento neste caso, porque o meu contrato neste caso não tinha como custo, como ônus, nem o pagamento da área da Engenharia e nem a área de Abastecimento. UTC e Odebrecht (ficaram responsáveis pelo pagamento da propina), para ambas as áreas."

UTC, Odebrecht e Toyo faziam parte do Consórcio TUC, responsável pela obras do Comperj. O consórcio foi contratado sem licitação pelo valor inicial de R$ 3,8 bilhões.

"Não tenho conhecimento como foi operacionalizado (pagamento da propina), mas tudo leva a crer que foi operacionalizado, porque o contrato ocorreu, foi assinado, as obras seguiram muito bem e estamos no final da obra."

Camargo disse que os pedidos de propina partiam dos diretores da Petrobras diretamente a ele.

Segundo o executivo, caso os pagamentos não fossem feitos, os contratos poderiam não ocorrer.

"Chegou um determinado momento em que essa conversa (pedidos de propina) não era mais necessária, era regra do jogo. Era uma confirmação daquilo que já existia. Pagava-se pela vontade de se obter sucesso", disse.

"Eu nunca falei, não só à Camargo, como aos meus representados, que aquilo era propina. Eu disse que aquilo tinha um custo total, expunha aquele custo, a pessoa aceitava ou não aceitava. Dentro desse custo, havia a propina", afirmou.

A Odebrecht negou ter feito pagamento para executivos ou ex-executivos para obter contratos com a Petrobras.

"Todas os contratos conquistados, há décadas, pela Odebrecht, junto à Petrobras são produto de processos de seleção e concorrência previstos em lei. A empresa ainda repudia afirmações caluniosas, confessadamente baseadas em suposições, feitas por réu confesso no processo que corre na Justiça Federal do Paraná", diz nota divulgada pela empresa.

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