Delator diz não lembrar de requerimento citado por doleiro
Em depoimento, um dos delatores da Operação Lava Jato disse não lembrar de ter conversado com o doleiro Alberto Youssef sobre requerimentos
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2015 às 22h30.
Em depoimento prestado hoje (13) ao juiz federal Sérgio Moro, um dos delatores da Operação Lava Jato , Júlio Camargo, disse que não lembrar de ter conversado com o doleiro Alberto Youssef sobre requerimentos que foram representados na Câmara dos Deputados para investigar empresas que pararam de pagar propina.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), existem indícios de que os requerimentos foram apresentados pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-AL), em 2011.
"Eu li isso, o senhor Alberto Youssef falou. Eu não me recordo de ter dito isso a ele. Como ele também fez várias declarações, já alertei inclusive ao Ministério Público coisas que ele falou - que eu tenho conta na Itália, que tinha altas somas no exterior, que eu fechei todos os contatos de câmbio na corretora Ágora - e fez várias informações que não procedem”, disse Camargo.
Perguntado novamente por Moro se falou ou não com o doleiro sobre os requerimentos, o empresário esclareceu: “Eu nunca entrei em detalhes com o senhor Alberto Youssef, então, possivelmente, eu diria para o senhor que eu não falei. Eu não me lembro”.
A polêmica sobre o autor dos requerimentos gira em torno do depoimento de delação premiada de Youssef. Aos investigadores, Youssef informou que o empresário Júlio Camargo disse a ele que Cunha apresentou requerimentos em uma comissão da Câmara dos Deputados para investigar as empresas Toyo e Mitsue, que teriam deixado de pagar propina.
Para a defesa de Cunha, a procuradoria "esqueceu" de transcrever o trecho no qual o doleiro enfatiza as circunstâncias em que ouviu os supostos fatos.
De acordo com o advogado Antônio Fernando de Souza, ex-procurador-geral da República, a PGR não anexou ao pedido de abertura de inquérito trecho do depoimento no qual Youssef afirmou que nunca teve contato com Eduardo Cunha e não vivenciou os fatos que relatou.
Cunha sustenta que os requerimentos não foram apresentados por ele, mas por Solange Almeida, ex-deputada e atual prefeita de Rio Bonito, município do estado do Rio. Sobre a deputada, Júlio Camargo disse que não a conhece. “A deputada Solange, eu nunca ouvi falar. Se ela entrar aqui hoje, não sei quem é. Também não entendi, como a Mitsue também não entendeu”, disse.
Semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que o depoimento de um ex-diretor do Centro de Informática (Cenin) da Câmara "reforça suspeitas" de que Cunha foi o autor de requerimentos para pressionar empresas investigadas na Lava Jato.
Em depoimento prestado hoje (13) ao juiz federal Sérgio Moro, um dos delatores da Operação Lava Jato , Júlio Camargo, disse que não lembrar de ter conversado com o doleiro Alberto Youssef sobre requerimentos que foram representados na Câmara dos Deputados para investigar empresas que pararam de pagar propina.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), existem indícios de que os requerimentos foram apresentados pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-AL), em 2011.
"Eu li isso, o senhor Alberto Youssef falou. Eu não me recordo de ter dito isso a ele. Como ele também fez várias declarações, já alertei inclusive ao Ministério Público coisas que ele falou - que eu tenho conta na Itália, que tinha altas somas no exterior, que eu fechei todos os contatos de câmbio na corretora Ágora - e fez várias informações que não procedem”, disse Camargo.
Perguntado novamente por Moro se falou ou não com o doleiro sobre os requerimentos, o empresário esclareceu: “Eu nunca entrei em detalhes com o senhor Alberto Youssef, então, possivelmente, eu diria para o senhor que eu não falei. Eu não me lembro”.
A polêmica sobre o autor dos requerimentos gira em torno do depoimento de delação premiada de Youssef. Aos investigadores, Youssef informou que o empresário Júlio Camargo disse a ele que Cunha apresentou requerimentos em uma comissão da Câmara dos Deputados para investigar as empresas Toyo e Mitsue, que teriam deixado de pagar propina.
Para a defesa de Cunha, a procuradoria "esqueceu" de transcrever o trecho no qual o doleiro enfatiza as circunstâncias em que ouviu os supostos fatos.
De acordo com o advogado Antônio Fernando de Souza, ex-procurador-geral da República, a PGR não anexou ao pedido de abertura de inquérito trecho do depoimento no qual Youssef afirmou que nunca teve contato com Eduardo Cunha e não vivenciou os fatos que relatou.
Cunha sustenta que os requerimentos não foram apresentados por ele, mas por Solange Almeida, ex-deputada e atual prefeita de Rio Bonito, município do estado do Rio. Sobre a deputada, Júlio Camargo disse que não a conhece. “A deputada Solange, eu nunca ouvi falar. Se ela entrar aqui hoje, não sei quem é. Também não entendi, como a Mitsue também não entendeu”, disse.
Semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que o depoimento de um ex-diretor do Centro de Informática (Cenin) da Câmara "reforça suspeitas" de que Cunha foi o autor de requerimentos para pressionar empresas investigadas na Lava Jato.