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Deflação de novo. O BC estava certo?

Inflação no curto prazo dá razão ao Copom, mas o foco é - ou deveria ser - 2011

Missão do Banco Central é projetar o cenário político de 2011 (.)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2010 às 10h20.

São Paulo - Os analistas foram pegos de surpresa com mais uma deflação do IPCA-15. O grupo Alimentação e Bebidas ainda registra queda nos preços e ajuda a segurar o indicador oficial.

É possível imaginar um ar de satisfação entre os que apoiaram a decisão do Copom, que, na reunião passada, reduziu o ritmo de alta dos juros. Não há dúvidas de que o primeiro trimestre foi superaquecido e o segundo, morno. Mas, e o terceiro trimestre? Não era projetada uma recuperação da economia? Se sim, faz sentindo a constatação de deflação do IPCA-15 em julho e em agosto?

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Os economistas, embora surpresos com esses resultados, já projetam alta dos alimentos daqui para frente, algo sazonal. É provável que as projeções para o IPCA de agosto e do ano sejam reduzidas nos próximos boletins Focus, mas seria um exagero imaginar que a inflação encerrará o ano abaixo do centro da meta, de 4,5% (o IPCA-15 de agosto revela alta de 4,44% em 12 meses).

Se a inflação está comportada, o Banco Central estava correto? A resposta não é tão simples. O foco do Copom é - ou deveria ser - a inflação de 2011, cujas previsões ainda estão levemente acima do centro da meta. O próximo ano tem um componente - o início de um novo governo - que dificulta a calibragem da política monetária. Será um governo "gastador" ou que vai promover um ajuste fiscal?

Enfim, a decisão do Copom na próxima reunião nos dias 31 de agosto e 1º de setembro será tomada com base num futuro incerto. A questão fundamental é: o Banco Central vai ter a ajuda do próximo governo ou continuará, sozinho, combatendo a inflação? Com a palavra, os candidatos.

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