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Déficit do sistema Cantareira cresce 71,5% em maio

Mês deve ser o período mais seco da história do manancial, com uma vazão afluente de apenas 6,2 mil litros por segundo

Reservatório do Sistema Cantareira: maio deve ser o período mais seco da história do manancial (Sabesp/Divulgação/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2014 às 10h34.

São Paulo - Depois de dois meses consecutivos de queda, o déficit de água do Sistema Cantareira subiu 71,5% em maio, segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo com base nos boletins diários do comitê anticrise que monitora o manancial.

Até ontem, a diferença entre o volume de água que chegou às quatro principais represas do sistema e a quantidade retirada delas para abastecer a Grande São Paulo e a região de Campinas estava deficitária em 17,75 mil litros por segundo, o que levaria a uma perda de aproximadamente 46 bilhões de litros no mês.

Os dados mostram que, apesar da redução de 28% do volume de água retirado do sistema pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ) desde fevereiro, quando a crise foi anunciada pela empresa, o início do período tradicional de estiagem agravou a situação do Cantareira.

Conforme o Estado antecipou, maio deve ser o mês mais seco da história do manancial, com uma vazão afluente de apenas 6,2 mil litros por segundo, ou 18% da média histórica do mesmo período.

Para se ter uma ideia, antes da crise, a Sabesp retirava dos Reservatórios Jaguari-Jacareí, em Joanópolis, Cachoeira, em Atibaia, e Atibainha, em Nazaré Paulista, cerca de 30 mil litros por segundo. Agora, a captação está em 20,95 mil litros por segundo. Outros 3 mil litros são liberados para as cidades da região de Campinas. Daí o déficit de 17,75 mil litros por segundo medido neste mês, que só não é maior do que o de fevereiro, quando o saldo negativo ficou em 24,16 mil litros por segundo, ou 56 bilhões de litros.

Em março, o déficit foi reduzido significativamente, para 10,5 mil litros, e, em abril, para 10,35 mil litros por segundo. De acordo com a Sabesp, o resultado foi fruto de uma série de medidas implementadas pela companhia, como o remanejamento de água dos sistemas Alto Tietê e Guarapiranga para bairros da capital atendidos pelo Cantareira.

Só isso responde por 47% da diminuição do volume retirado do manancial. Já 28% foi obtido com a redução do consumo pela população, e 25% com "gestão operacional", como a redução da pressão na rede à noite, considerada racionamento noturno por alguns especialistas. A Sabesp nega.

Segundo a concessionária, essa redução equivale a um rodízio de 36 horas com água e 72 horas sem água que foi evitado. Mas março e abril registraram uma vazão afluente aos reservatórios duas vezes maior do que a observada até agora em maio.

Nesta sexta-feira o manancial estava com 25,7% da capacidade, segundo a Sabesp, já com o acréscimo dos 182,5 bilhões de litros da reserva profunda. O índice é um ponto porcentual menor do que no dia em que o volume represado abaixo do nível das comportas começou a ser captado. Já para o comitê liderado pela Agência Nacional de Águas (ANA), o índice atual é de 21,7%.

A diferença ocorre porque o comitê liderado pela ANA considera que os 182,5 bilhões de litros adicionais também elevam a capacidade máxima do sistema, e a Sabesp, não.

Na prática, o volume de água restante nas represas é o mesmo: 252,3 bilhões de litros. Segundo a Sabesp, a quantidade é suficiente para garantir o abastecimento até o "início das próximas chuvas", que normalmente ocorrem em outubro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Os dados mostram que, apesar da redução de 28% do volume de água retirado do sistema pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ) desde fevereiro, quando a crise foi anunciada pela empresa, o início do período tradicional de estiagem agravou a situação do Cantareira.

Conforme o Estado antecipou, maio deve ser o mês mais seco da história do manancial, com uma vazão afluente de apenas 6,2 mil litros por segundo, ou 18% da média histórica do mesmo período.

Para se ter uma ideia, antes da crise, a Sabesp retirava dos Reservatórios Jaguari-Jacareí, em Joanópolis, Cachoeira, em Atibaia, e Atibainha, em Nazaré Paulista, cerca de 30 mil litros por segundo. Agora, a captação está em 20,95 mil litros por segundo. Outros 3 mil litros são liberados para as cidades da região de Campinas. Daí o déficit de 17,75 mil litros por segundo medido neste mês, que só não é maior do que o de fevereiro, quando o saldo negativo ficou em 24,16 mil litros por segundo, ou 56 bilhões de litros.

Em março, o déficit foi reduzido significativamente, para 10,5 mil litros, e, em abril, para 10,35 mil litros por segundo. De acordo com a Sabesp, o resultado foi fruto de uma série de medidas implementadas pela companhia, como o remanejamento de água dos sistemas Alto Tietê e Guarapiranga para bairros da capital atendidos pelo Cantareira.

Só isso responde por 47% da diminuição do volume retirado do manancial. Já 28% foi obtido com a redução do consumo pela população, e 25% com "gestão operacional", como a redução da pressão na rede à noite, considerada racionamento noturno por alguns especialistas. A Sabesp nega.

Segundo a concessionária, essa redução equivale a um rodízio de 36 horas com água e 72 horas sem água que foi evitado. Mas março e abril registraram uma vazão afluente aos reservatórios duas vezes maior do que a observada até agora em maio.

Nesta sexta-feira o manancial estava com 25,7% da capacidade, segundo a Sabesp, já com o acréscimo dos 182,5 bilhões de litros da reserva profunda. O índice é um ponto porcentual menor do que no dia em que o volume represado abaixo do nível das comportas começou a ser captado. Já para o comitê liderado pela Agência Nacional de Águas (ANA), o índice atual é de 21,7%.

A diferença ocorre porque o comitê liderado pela ANA considera que os 182,5 bilhões de litros adicionais também elevam a capacidade máxima do sistema, e a Sabesp, não.

Na prática, o volume de água restante nas represas é o mesmo: 252,3 bilhões de litros. Segundo a Sabesp, a quantidade é suficiente para garantir o abastecimento até o "início das próximas chuvas", que normalmente ocorrem em outubro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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