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Decotelli diz que carta da FGV motivou demissão

Em nota publicada nesta terça, a Fundação Getúlio Vargas nega que o ex-ministro da Educação tenha sido professor efetivo da instituição

Carlos Decotelli: ministro da educação entregou carta de demissão nesta terça-feira (Marcos Oliveira/Agência Senado)

Carlos Decotelli: ministro da educação entregou carta de demissão nesta terça-feira (Marcos Oliveira/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de junho de 2020 às 18h41.

Em entrevista à CNN Brasil, o agora ex-ministro da Educação Carlos Alberto Decotelli disse que o que motivou sua demissão do cargo foi a nota publicada nesta terça-feira, 30, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) na qual a instituição de ensino nega que ele tenha sido professor efetivo da instituição.

"Essa informação divulgada pela FGV fez com que o presidente me chamasse e dissesse que 'se até a FGV, onde o senhor trabalha há 40 anos, está negando que você trabalha na FGV, aí é impossível o governo ficar sendo questionado'.

O que tornou inviável foi a carta formal da FGV de que eu nunca fui da FGV" disse Decotelli em trecho de entrevista exibido na TV.

A nota da FGV divulgada nesta terça afirma que Decotelli "atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação; da mesma forma, não foi pesquisador da FGV, tampouco teve pesquisa financiada pela instituição."

A afirmação da FGV veio na sequência de diversas suspeitas envolvendo o currículo acadêmico de Decotelli, inclusive sua dissertação de mestrado concluído na FGV, sobre o qual há denúncias de plágio.

O ex-ministro também foi refutado pelas universidades Nacional de Rosário (Argentina) e de Wuppertal (Alemanha), onde dizia ter se tornado, respectivamente, doutor e pós doutor.

Sob pressão, Decotelli entregou hoje sua carta de demissão ao Planalto, cinco dias depois de ter sido nomeado para chefiar o MEC e antes de tomar posse oficialmente como ministro.

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