Datafolha: Bolsonaro tentou barrar, mas resultados o favorecem
ÀS SETE - Deputado pré-candidato à presidência da República, recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral para tentar proibir a divulgação da pesquisa
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2018 às 07h10.
Última atualização em 31 de janeiro de 2018 às 11h31.
A pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta quarta-feira revela que a política brasileira vive dias conturbados.
O pré-candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro (PSC-RJ), recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral para tentar proibir a divulgação da pesquisa porque ela tinha “questionamentos tendenciosos” com objetivo de manipular seu resultado.
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Uma das perguntas, de acordo com os advogados do deputado, induz o eleitor a pensar que ele foi “denunciado por enriquecimento ilícito, de forma manifestamente difamatória”.
A pergunta que desagradou Bolsonaro questiona se “Você tomou conhecimento sobre denúncias envolvendo o aumento do patrimônio da família do deputado Jair Bolsonaro desde o início da sua carreira política?”.
Ela faz referência a uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo que afirma que Bolsonaro e seus filhos são donos de 13 imóveis com preço de mercado de pelo menos 15 milhões de reais, tendo aumentado seu patrimônio de forma acima das capacidades financeiras declaradas desde que entraram para a política.
Pois a pesquisa saiu, e com ótimos resultados para o deputado. Apenas 18% dos eleitores afirmaram que souberam das denúncias, e 66% disseram que não tomaram conhecimento.
Bolsonaro ainda apareceu na liderança no cenário que exclui o ex-presidente Luiz Inácio Lula (PT) da disputa: aparece com 18% das intenções de voto, ante 13% de Marina Silva (Rede) e 10% de Ciro Gomes (PDT). No cenário com Lula, Bolsonaro segue em segundo lugar, com 16%, ante 34% do ex-presidente.
Nos dois cenários o tucano Geraldo Alckmin continua com dificuldade de decolar: 8% das intenções de voto com Lula e 6% sem ele, nos dois casos empatado com o apresentador Luciano Huck (sem partido).
Bem cotado nas pesquisas, Bolsonaro segue com desafios a encarar. Uma delas é como modelar o discurso caso Lula de fato não seja candidato, já que vinha se colocando como um dos principais antagonistas do ex-presidente.
O pré-candidato, que deve trocar de partido e seguir para o PSC em março, também afirmou, no recurso ao TSE, que a pesquisa era tendenciosa em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A questão “Na sua opinião, o ex-presidente Lula: 1) sabia da corrupção em seu governo e deixou que ela ocorresse, 2) sabia da corrupção mas não poderia fazer nada para evitá-la ou 3) ele não sabia da corrupção em seu governo? 4) não sabe” não deixa claro que Lula foi condenado em segunda instância no último dia 24 por fazer parte do referido esquema de corrupção.
Mesmo líder sem Lula no páreo, com 18% das intenções de voto, Bolsonaro ainda tem que convencer uma enorme parcela do eleitorado a apoiá-lo se quiser de fato chegar ao Planalto em outubro.
VEJA O DESEMPENHO DOS CANDIDATOS NOS CENÁRIOS
Cenário 1 | Intenção de voto |
Lula (PT) | 37% |
Jair Bolsonaro (PSC) | 16% |
Geraldo Alckmin (PSDB) | 7% |
Ciro Gomes (PDT) | 7% |
Joaquim Barbosa (Sem partido) | 5% |
Alvaro Dias (podemos) | 4% |
Fernando Collor de Mello (PTC) | 2% |
Manuela D'Ávila (PCdoB) | 1% |
Paulo Rabello de Castro (PSC) | 1% |
João Amoêdo (Partido Novo) | 1% |
Guilherme Boulos (Sem Partido) | 0% |
Cenário 2 | Intenção de voto |
Lula (PT) | 36% |
Jair Bolsonaro (PSC) | 18% |
Geraldo Alckmin (PSDB) | 7% |
Ciro Gomes (PDT) | 7% |
Alvaro Dias (podemos) | 4% |
Manuela D'Ávila (PCdoB) | 2% |
Fernando Collor de Mello (PTC) | 2% |
Henrique Meirelles (PSD) | 1% |
João Amoêdo (Partido Novo) | 1% |
Paulo Rabello de Castro (PSC) | 1% |
Guilherme Boulos (Sem Partido) | 0% |
Cenário 3 | Intenção de voto |
Lula (PT) | 34% |
Jair Bolsonaro (PSC) | 16% |
Marina Silva (Rede) | 8% |
Luciano Huck (Sem partido) | 6% |
Geraldo Alckmin (PSDB) | 6% |
Ciro Gomes (PDT) | 6% |
Alvaro Dias (podemos) | 3% |
Fernando Collor de Mello (PTC) | 1% |
Manuela D'Ávila (PCdoB) | 1% |
Henrique Meirelles (PSD) | 1% |
João Amoêdo (Partido Novo) | 1% |
Cenário 4 | Intenção de voto |
Lula (PT) | 35% |
Jair Bolsonaro (PSC) | 17% |
Marina Silva (Rede) | 10%% |
Ciro Gomes (PDT) | 7% |
Alvaro Dias (podemos) | 4% |
João Doria (PSDB) | 4% |
Fernando Collor de Mello (PTC) | 2% |
Manuela D'Ávila (PCdoB) | 1% |
João Amoêdo (Partido Novo) | 1% |
Paulo Rabello de Castro (PSC) | 1% |
Guilherme Boulos (Sem Partido) | 0% |
Cenário 5 | Intenção de voto |
Jair Bolsonaro (PSC) | 19% |
Ciro Gomes (PDT) | 12%% |
Geraldo Alckmin (PSDB) | 11% |
Alvaro Dias (podemos) | 6% |
Joaquim Barbosa (Sem partido) | 5% |
Fernando Collor de Mello (PTC) | 3% |
Manuela D'Ávila (PCdoB) | 3% |
Jaques Wagner (PT) | 2% |
João Amoêdo (Partido Novo) | 1% |
Paulo Rabello de Castro (PSC) | 1% |
Guilherme Boulos (Sem Partido) | 1% |
Cenário 6 | Intenção de voto |
Jair Bolsonaro (PSC) | 20% |
Ciro Gomes (PDT) | 13% |
Geraldo Alckmin (PSDB) | 11% |
Alvaro Dias (podemos) | 6% |
Fernando Collor de Mello (PTC) | 3% |
Manuela D'Ávila (PCdoB) | 3% |
Henrique Meirelles (PSD) | 2% |
Jaques Wagner (PT) | 2% |
Paulo Rabello de Castro (PSC) | 1% |
João Amoêdo (Partido Novo) | 1% |
Guilherme Boulos (Sem Partido) | 1% |
Cenário 7 | Intenção de voto |
Jair Bolsonaro (PSC) | 18% |
Marina Silva (Rede) | 13% |
Ciro Gomes (PDT) | 10% |
Luciano Huck (Sem partido) | 8% |
Geraldo Alckmin (PSDB) | 8% |
Alvaro Dias (podemos) | 5% |
Fernando Collor de Mello (PTC) | 2% |
Manuela D'Ávila (PCdoB) | 2% |
Jaques Wagner (PT) | 2% |
Henrique Meirelles (PSD) | 1% |
Paulo Rabello de Castro (PSC) | 1% |
Cenário 8 | Intenção de voto |
Jair Bolsonaro (PSC) | 20% |
Marina Silva (Rede) | 16% |
Ciro Gomes (PDT) | 12% |
Alvaro Dias (podemos) | 6% |
João Doria (PSDB) | 5% |
Fernando Collor de Mello (PTC) | 3% |
Manuela D'Ávila (PCdoB) | 2% |
Jaques Wagner (PT) | 2% |
Paulo Rabello de Castro (PSC) | 1% |
João Amoêdo (Partido Novo) | 1% |
Guilherme Boulos (Sem Partido) | 0% |
Cenário 9 | Intenção de voto |
Lula (PT) | 34% |
Jair Bolsonaro (PSC) | 15% |
Marina Silva (Rede) | 7% |
Geraldo Alckmin (PSDB) | 6% |
Ciro Gomes (PDT) | 6% |
Luciano Huck (Sem partido) | 5% |
Joaquim Barbosa (Sem partido) | 3% |
Alvaro Dias (podemos) | 3% |
Fernando Collor de Mello (PTC) | 1% |
Michel Temer (MDB) | 1% |
Henrique Meirelles (PSD) | 1% |