Da solteirice ao divórcio: como os brasileiros vivem o amor
Do uso de aplicativos de relacionamento até os "recasamentos": veja um compilado de números sobre os brasileiros e o amor.
Rita Azevedo
Publicado em 11 de junho de 2016 às 06h04.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h13.
São Paulo — É certo que cada relacionamento amoroso é único, mas eles podem ter muito em comum dependendo do estado ou região do país. Ao navegar pelas fotos , você encontra dados que mostram como o brasileiro vive o amor: dos locais onde há mais solteiros até os estados com os casamentos mais duradouros. É possível também entender como a forma do brasileiro se relacionar mudou nas últimas décadas. Um spoiler: ele pode ter até subido menos ao altar, mas ainda não desistiu de encontrar sua alma gêmea.
No Brasil, há pelo menos 78 milhões de solteiros, de acordo com os dados mais recentes do IBGE. Isso não significa, necessariamente, que todo esse pessoal esteja sozinho. É que na contagem do órgão entra até mesmo as pessoas que vivem em união conjugal, mas que não assinaram os papéis em um cartório. A divisão entre sexos é quase justa. Dos solteiros, 51% são homens e 49% mulheres. A maior proporção dos solteiros está no Norte. Na região, 60,5% da população não está em uma união civil. A menor aparece no Sul (apenas 44,2% não estão casados). No meio do ranking está o Nordeste (56,7%), o Centro-Oeste (48,6%) e o Sudeste (44,3%).
Se é pra encontrar o amor, por que não contar com a ajuda da tecnologia? A maior prova do apego do brasileiro aos aplicativos de relacionamento é o fato de o Brasil ter ocupado, em pouco tempo, uma parcela importante do mercado de empresas como o Tinder e o Happn. No Tinder, por exemplo, são 7 milhões de combinações por dia (os chamados matches). O país só perde para os Estados Unidos em relação ao número de cadastros. Entre as cidades, São Paulo é a que detém o maior número de usuários do serviço. A chance de encontrar a alma gêmea, no entanto, parece ser um pouco maior no Rio de Janeiro: os cariocas tem 15% mais “matches” que a média global. No caso do Happn, são 2,8 milhões de usuários — 15% de todos os cadastrados pelo mundo. A cidade de São Paulo também lidera o número de usuários, sendo considerada “a capital mundial do crush” pela empresa. Na cidade, a Avenida Paulista, o Alto da Lapa e a Cidade Universitária são as regiões com mais pessoas se cruzando (e com mais chances de mudar o status de relacionamento).
Quase metade da população sexualmente ativa brasileira afirma ter tido mais de dez parceiros sexuais na vida, de acordo com uma pesquisa do Ministério da Saúde. Há 10 anos, apenas 18% dos entrevistados admitiam o mesmo número de parceiros. Pouco mais de 12% dos brasileiros disseram ter tido mais de 5 parceiros eventuais no período de um ano.
Nas últimas quatro décadas, a taxa de casamentos no país caiu quase pela metade. Em 1974, de acordo com dados do IBGE, cerca de 819 mil uniões foram registradas. Na época, a chamada taxa de nupcialidade legal, que considera casamentos de pessoas de 15 anos ou mais, era de 13 casamentos a cada 1000 habitantes. Já em 2014, 1,1 milhão de casamentos foi registrado, o que significa 7,14 casamentos por 1000 habitantes. Além de casar menos, o brasileiro passou a adiar as uniões. Na década de 1970 as mulheres casavam, em média, aos 23 anos e os homens com 27. Já em 2014, a média de idade subiu para 30 anos para as noivas e 33 para os noivos.
Em três decadas, o tempo médio de duração de um casamento passou de 19 para 15 anos. Nas regiões Nordeste e Sul, no entanto, as uniões duram um pouco mais — 16 anos. Entre os estados, Pernambuco é aquele que se destaca com relacionamentos mais longevos. Por lá, o tempo médio entre o registro da união e o divórcio é de 18 anos. Há, no entanto, os casais que não chegam a completar um ano de matrimônio. Em Rondônia, por exemplo, quase 7% das uniões acabam antes de doze meses do “sim”. Outros estados que registram altos índices de casamentos relâmpago são Roraima (5,78% dos casamentos acabam em um ano) e Goiás (4,81% das uniões).
Em números absolutos, o Sudeste é a região mais “casamenteira” — quase metade dos casamentos realizados no país ocorrem por lá. O maior índice de nupcialidade (casamentos por 1000 habitantes), no entanto, está em Rondônia (10,88 por mil), no Espírito Santo (8,73 por mil) e em Goiás (8,67 por mil). As menores taxas estão no Amapá (4,26 por mil), no Rio Grande do Sul (4,63 por mil) e no Maranhão (5,08 por mil).
A experiência pode não ter sido tão boa, mas o brasileiro não desiste do amor: quase um quarto dos casamentos realizados em 2014 tinha um dos cônjuges divorciado ou viúvo. Dez anos antes, o percentual era bem menor: 13,7%.