Cunha: conforme o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, Cunha cobrava comissões sobre o valor dos investimentos feitos pelo fundo (Adriano Machado / Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2016 às 17h56.
Brasília - Ao pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão de Lúcio Bolonha Funaro, na Operação Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apontou um esquema de divisão de propinas pagas por empresas em troca de aportes do Fundo de Investimento do FGTS.
O principal beneficiário seria o presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que ficaria com 80% dos recursos envolvidos na prática fraudulenta.
As afirmações de Janot se baseiam na delação premiada do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, antecipadas nesta sexta-feira pelo estadão.com.
Conforme o delator, Cunha cobrava comissões sobre o valor dos investimentos feitos pelo fundo. Os porcentuais, variáveis, giravam em torno de 1%.
Do montante supostamente pago pelas empresas, 80% ficariam com o deputado, 12% com Funaro, 4% com Cleto e 4% com Alexandre Margotto, funcionário de Funaro.
Funaro é aliado de Cunha e responsável por indicar Cleto ao cargo na Caixa. Em troca, o ex-executivo deveria garantir qualquer solicitação feita pelo parlamentar no FI-FGTS.