Brasil

Cunha pede para fundador do PT ajustar pedido de impeachment

Segundo informações da coluna da Mônica Bergamo, Cunha deu 10 dias para Hélio Bicudo melhorar pedido de impeachment


	O presidente da Câmara, Eduardo Cunha: ele teria devolvido pedido de impeachment para Hélio Bicudo
 (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha: ele teria devolvido pedido de impeachment para Hélio Bicudo (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 14 de setembro de 2015 às 17h44.

São Paulo – De acordo com a coluna da Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), teria dado 10 dias para o jurista Hélio Bicudo ajustar o pedido de impeachment que protocolou no início de setembro na Câmara dos Deputados. A Câmara dos Deputados confirmou a informação para EXAME.com.

Em julho, Cunha tomou medida semelhante com outros 11 pedidos de impeachment. Na ocasião, os ofícios foram protocolados horas depois que o peemedebista rompeu relações com a presidente Dilma Rousseff

O parecer elaborado por Bicudo, que é um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), pode servir de base para a abertura do processo contra a presidente.

A expectativa é de que um grupo de deputados da Frente Parlamentar Pró-Impeachment apresente, nos próximos dias, requerimentos para que Cunha se posicione sobre as ações que exigem o fim do mandato de Dilma.

 Se o peemedebista arquivar os pedidos, eles se preparam para apresentar um recurso que deve ser submetido ao Plenário.  A aprovação da abertura do processo bastaria apenas de maioria simples. 

Ontem, o presidente da Câmara negou que irá analisar os pedidos nesta semana. 

Decisão simbólica
A escolha pelo documento de Bicudo seria orientada por seu peso simbólico. Bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), Bicudo foi deputado federal (1991-1994) pelo PT e atuou como vice-prefeito de São Paulo durante a gestão de Marta Suplicy, de 2001 a 2004.

Em 2005 – quando surgiu o mensalão - ele se desfilou do PT e, posteriormente, chegou a declarar apoio a José Serra e Marina Silva.

O jurista Hélio Bicudo: parecer de ex-petista pode servir de base para processo de impeachment (Divulgação/Câmara dos Deputados)

No pedido protocolado no início de setembro, Bicudo afirma que o Brasil está mergulhado em uma crise econômica, política “e, sobretudo, moral”.

Ele vale-se de dois argumentos possíveis para embasar o documento contra a presidente. Um deles é a manobra conhecida como “pedalada fiscal”, utilizada pelo governo para maquiar o resultado das contas públicas. O assunto está sendo julgado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

O outro é a suspeita de que as campanha de Dilma à reeleição em 2014 recebeu dinheiro proveniente do caso de corrupção da Petrobras. 

* Atualizado às 17h44 para incluir a confirmação da Câmara dos Deputados. 

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffEduardo CunhaGoverno DilmaImpeachmentPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdemar