Brasil

Cunha era líder de esquema de corrupção em Furnas, diz Janot

O procurador-geral da República apontou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), era um dos líderes do esquema de corrupção que atuava em Furnas


	Eduardo Cunha: essa nova linha de investigação contra Cunha surgiu a partir da delação premiada do senador Delcídio Amaral
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Eduardo Cunha: essa nova linha de investigação contra Cunha surgiu a partir da delação premiada do senador Delcídio Amaral (REUTERS/Ueslei Marcelino)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2016 às 23h16.

Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apontou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), era um dos líderes do esquema de corrupção que atuava em Furnas. A afirmação consta no pedido de abertura de um novo inquérito contra o peemedebista que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) esta semana.

"Pode-se afirmar que a investigação cuja instauração ora se requer tem como objetivo preponderante obter provas relacionadas a uma das células que integra uma grande organização criminosa - especificamente no que toca a possíveis ilícitos praticados no âmbito da empresa Furnas. Essa célula tem como um dos seus líderes o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha", diz a peça assinada por Janot.

Segundo o procurador-geral da República, é sabido "que essa organização criminosa é complexa e que, tudo indica, operou durante muitos anos e por meio de variados esquemas estabelecidos dentro da Petrobras e da própria Câmara dos Deputados, entre outros órgãos públicos. Embora estes 'esquemas' tenham alguma variação entre si, é certo que eles coexistem e funcionam dentro de um conserto maior".

Essa nova linha de investigação contra Cunha surgiu a partir da delação premiada do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS). O presidente da Câmara já é réu em uma ação no Supremo e é investigado em outros inquéritos no âmbito da Operação Lava Jato.

Janot também pediu que o STF abra uma investigação sobre a participação do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), no esquema de Furnas. Ele destacou, no entanto, que "tudo leva a crer que se tratava de 'esquemas' independentes entre si, inclusive operados por pessoas distintas".

Em nota, Cunha afirmou que "o procurador-geral da República, desde a votação do processo de impeachment, tem procurado me incluir em qualquer inquérito existente". Aécio também negou qualquer atuação em Furnas e afirmou que as citações de Delcídio sobre ele eram de "ouvir dizer".

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosEduardo CunhaEmpresasEstatais brasileirasFurnasPolítica no BrasilRodrigo Janot

Mais de Brasil

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdermar

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT