CUNHA: agora ele diz que o dinheiro da mulher veio de indenização da TV Globo / Adrino Machado/Reuters
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2016 às 18h52.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h31.
Réu novamente?
O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki liberou para julgamento no plenário do STF outra denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o deputado federal Eduardo Cunha. O deputado é acusado pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção ativa no escândalo da Lava-Jato. Caso o plenário julgue as denúncias procedentes, Cunha passa a ser réu. Esse seria o segundo processo em que o deputado é réu. Ele é investigado em outros dois, e três ações aguardam autorização para investigá-lo. Cunha nega as acusações.
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Patrimônio global
Eduardo Cunha apresentou nova versão para o dinheiro gasto por sua mulher no exterior, que seria fruto de corrupção, na visão do Ministério Público. Ele disse que Cruz, que era jornalista, recebeu uma indenização no valor de 5 milhões de reais da TV Globo quando deixou de trabalhar para a emissora, em 2001.
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Cargos congelados
Durante a tarde, o Ministério do Planejamento anunciou que está congelando mais de 4.000 cargos em funções comissionadas no governo federal. Além dessa medida, o Planejamento disse que 10.400 cargos com gratificação nos ministérios que antes poderiam ser oferecidos a qualquer pessoa só poderão ser concedidos a pessoas concursadas. A economia estimada é de 230 milhões de reais ao ano — menos de 1% do gasto previsto até 2019 com os aumentos aprovados e os cargos criados na semana passada.
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Povo na rua
Pelo menos 14 estados registraram manifestações contra o governo Temer durante o dia de hoje. Os atos foram convocados por movimentos sociais para protestar contra medidas como cortes nos programas sociais e a reforma trabalhista. Não há uma estimativa do número de participantes dos atos. Durante a tarde, o presidente interino Michel Temer reuniu sindicalistas no Palácio do Jaburu para tratar da reforma da Previdência. Durante o discurso, Temer disse que “não vamos fazer nada contra os trabalhadores”.
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Tem que aprovar
O Senado encaminhou um parecer ao STF defendendo que o Congresso seja responsável pela palavra final no afastamento de parlamentares dos cargos, como aconteceu com Cunha na Câmara. O parecer compara o afastamento com os casos de prisão de um parlamentar, onde a decisão da Justiça deve ser referendada pelos pares do deputado ou senador presos.
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Delfim na Lava-Jato
O ex-ministro Delfim Netto deverá depor em Curitiba sobre o recebimento de 240.000 reais em espécie da empreiteira Odebrecht. Os investigadores da Lava-jato querem entender o motivo de Delfim aparecer em uma das planilhas que indicavam repasses de dinheiro a políticos apreendidas na sede da empresa. O ex-ministro alega que o dinheiro era pagamento por serviços de consultoria.
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Não fui eu
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, negou que tenha sido o Ministério Público Federal que tenha vazado para a imprensa os pedidos de prisão contra a cúpula do PMDB que haviam sido encaminhados ao STF. Em sua fala, Janot disse estar respondendo a “teses” que vinham sendo divulgadas de que ele havia vazado os pedidos como forma de pressionar o STF a decidir logo pela prisão, ou não, dos investigados. O procurador-geral disse que o Ministério Público não é “justiceiro”.