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Cunha diz estar "consciente" sobre fim de reeleição

Extinção da recondução dos ocupantes de cargos no Poder Executivo foi aprovada por esmagadora maioria no âmbito da PEC da Reforma Política


	Presidente da Câmara, Eduardo Cunha: "eu refleti muito. Já tive momentos com uma posição favorável e momentos com uma posição desfavorável"
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha: "eu refleti muito. Já tive momentos com uma posição favorável e momentos com uma posição desfavorável" (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2015 às 06h25.

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou no início desta madrugada que o fim da reeleição para os cargos de prefeito, governador e presidente da República é positivo para o País.

"Eu refleti muito. Já tive momentos com uma posição favorável e momentos com uma posição desfavorável, mas hoje estou consciente de que é melhor para o Brasil o fim da reeleição", disse.

A extinção da recondução dos ocupantes de cargos no Poder Executivo foi aprovada por esmagadora maioria no âmbito da PEC da Reforma Política: 452 votos a favor e apenas 19 contra, além de uma abstenção.

Embora tenha refletido sobre o tema antes de pautá-lo, Cunha disse que não tinha certeza se o fim da reeleição seria efetivamente positivo para a renovação de quadros políticos para disputar governos estaduais e a Presidência da República.

Ele argumentou, contudo, que a medida seria boa para cidades pequenas. "A gente vê muitos problemas em prefeituras, especialmente as menores, em que o prefeito acaba, na realidade, fazendo o mandato em função da reeleição", disse.

"Isso de uma certa forma impede a renovação dos quadros políticos, mas para as prefeituras, não sei se nos Estados e até na União tem o mesmo impacto", disse.

Financiamento

O fim da reeleição foi o segundo item da reforma política aprovada pela Câmara, após dois dias de votações e uma série de rejeições.

Os deputados já haviam aprovado, na noite desta quarta-feira, 27, a inclusão de uma emenda na Constituição autorizando empresas privadas a fazerem doações para as campanhas eleitorais de partidos políticos.

Além de autorização para pessoas físicas doarem diretamente para os candidatos.

O presidente da Câmara, que havia sofrido duas derrotas (distritão e financiamento privados para partidos e candidatos), sugeriu que a mudança no comportamento dos deputados ocorreu depois da fato conscientização de que era preciso aprovar alguma coisa da reforma política para a sociedade.

"Política é como nuvem, não dá para adivinhar", comparou.

"Pena que a gente não conseguiu mudar algo do sistema eleitoral, mas foi uma grande evolução hoje com a aprovação do fim da reeleição", disse.

Nos bastidores corria que Cunha teria pressionado deputados para aprovarem o financiamento privado de campanha, especialmente os parlamentares de partidos nanicos, ameaçados com o fim das coligações e uma cláusula de barreira mais rígida - o que poderia eliminar a chance dessas legendas de conseguir eleger quadros para o Congresso.

Mas Cunha negou a pressão. De acordo com ele, a mudança foi resultado de uma alteração na proposta do financiamento.

"Eu atribuo a mudança ao fato de que ontem (terça-feira) você votou com candidato e partido (recebendo doação de empresas) e ninguém quer doação direta para candidato. A medida que você colocou (na quarta-feira, a doação restrita) para partido teve um conforto maior", observou.

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