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Cunha blinda Temer e rebate Funaro por "delações sem provas"

O ex-presidente da Câmara saiu em defesa do presidente do país, que é acusado pelo delator da Lava Jato de ter cometido irregularidades

Temer e Cunha: o ex-presidente da Câmara afirmou ainda que as atividades criminosas confessadas pelo empresário foram feitas por conta e risco dele (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Temer e Cunha: o ex-presidente da Câmara afirmou ainda que as atividades criminosas confessadas pelo empresário foram feitas por conta e risco dele (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 25 de setembro de 2017 às 18h39.

Brasília - O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha afirmou, em nota divulgada nesta segunda-feira por pessoas próximas a ele, que repudia a delação "sem provas" feita pelo empresário Lúcio Funaro para obter benefícios e isentou o presidente Michel Temer -um dos principais alvos do colaborador- de irregularidades.

"Repudio com veemência o conteúdo e se trata de mais uma delação sem provas que visa a corroborar outras delações também sem provas, onde o delator relata fatos que inclusive não participou, não tinha qualquer possibilidade de acesso a informações, salvo por interesse da acusação em dar credibilidade a outros delatores", disse Cunha, em texto obtido pela Reuters.

O ex-presidente da Câmara criticou as afirmações que empresário -apontado nas investigações da operação Lava Jato como um dos principais operadores do PMDB- fez sobre ele e também Temer.

Cunha teve seu acordo de delação rejeitado pela equipe do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que preferiu priorizar a de Funaro.

"Desminto e desafio a provar as supostas referências sobre terceiros a mim atribuídas, incluindo ao presidente Michel Temer, onde tudo que ele atribui declara que ouviu dizer de mim, o que é uma absoluta mentira", destacou.

Cunha está preso há quase um ano pela Lava Jato, tendo já sido condenado na operação.

O ex-presidente da Câmara afirmou ainda que as atividades criminosas confessadas pelo empresário foram feitas por conta e risco dele, "não cabendo agora para buscar benefícios atribuir a outros sem provas a participação e cumplicidade com os seus ilícitos".

"Chegamos ao ponto máximo da desmoralização do instituto da delação premiada, onde basta concordar com qualquer coisa que a acusação encomendar para obter infinitos benefícios, a exemplo do que ocorreu com Joesley Batista, que somente após vazamento dos áudios que teve a delação contestada", declarou Cunha, referindo-se ao empresário da J&F, que está preso.

O ex-presidente da Câmara defendeu a necessidade de se apurar as delações conduzidas pelo ex-procurador da República Marcelo Miller, envolvido na polêmica da delação de executivos da J&F por, segundo Janot, ter atuado em favor do grupo antes de deixar o Ministério Público Federal.

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