Crivella: a apresentação das diretrizes deve ser prorrogada por mais 30 dias (Yasuyoshi Chiba/Getty Images/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2017 às 06h05.
Última atualização em 29 de junho de 2017 às 11h54.
A cidade do Rio de Janeiro segue em pleno apagão político. O prefeito Marcelo Crivella (PRB) tem até a sexta-feira, 30 de junho, para apresentar o Plano Estratégico da gestão e a revisão do plano orçamentário, com base nas metas a serem cumpridas até 2020.
O compromisso foi firmado no decreto nº 42.784, publicado no Diário Oficial no dia 1º de janeiro de 2017, porém, até a manhã desta quinta-feira, a prefeitura ainda não havia decidido se o plano seria ou não divulgado. O decreto prevê que o gestor pode pedir prorrogação por mais 30 dias.
Às Sete – um guia rápido para começar seu dia
Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:
O compromisso foi firmado no decreto nº 42.784, publicado no Diário Oficial no dia 1º de janeiro de 2017, mas a apresentação das diretrizes deve ser prorrogada por mais 30 dias.
Enquanto nenhuma meta é apresentada, o Rio segue em pleno caos. Com déficit de 3,8 bilhões de reais no caixa, e o anúncio de que haverá uma contenção global de 25% nos gastos públicos, nada se sabe sobre como estão sendo planejados os cortes do orçamento.
O prefeito cortou em 60% os investimentos em conservação da cidade, e o resultado foi que as fortes chuvas da semana passada resultaram em alagamentos e deslizamentos. O prefeito admitiu que a limpeza de bueiros e galerias ficou prejudicada pela falta de verbas.
Outro corte brusco foi em relação ao carnaval, em que a prefeitura afirmou que o corte seria de 50% – o que gerou intensos protestos nos barracões.
Na quarta-feira, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba, Jorge Castanheira, conseguiu se reunir com o prefeito, para questionar a dureza dos cortes e tentar uma negociação.
A prefeitura reiterou que cada agremiação receberá 1 milhão de reais para realizar o desfile, mas se comprometeu a realizar o pagamento de forma antecipada e a buscar mais apoio da iniciativa privada para financiar a festa.
O colapso já está nas ruas. Apesar de a segurança ser responsabilidade do estado, a crise tem refletido numa escalada da violência no Rio de Janeiro, que retornou ao patamar de dez anos atrás quando não havia UPPs.
Outro dado triste da cidade: 1.700 estabelecimentos comerciais fecharam as portas na capital só no primeiro trimestre deste ano, uma alta de 34% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Clube de Diretores Lojistas (CDL). Enquanto o Rio se desmantela, a prefeitura segue sem nenhum plano estratégico.