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Crianças experimentarão sensação de atletas paralímpicos

Objetivo do projeto Experimentando Diferenças é divulgar as regras e os esportes dos Jogos Paralímpicos de 2016, explica Fernando Rigo, organizador

Crianças brincando: até 11 de setembro, 500 estudantes do ensino fundamental de escolas públicas e particulares do Distrito Federal poderão experimentar, em uma arena especial montada na quadra de esportes da embaixada, as sensações vividas por atletas paralímpicos. (Marcos Santos/USP Imagens)

Crianças brincando: até 11 de setembro, 500 estudantes do ensino fundamental de escolas públicas e particulares do Distrito Federal poderão experimentar, em uma arena especial montada na quadra de esportes da embaixada, as sensações vividas por atletas paralímpicos. (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2013 às 16h27.

Brasília – Para comemorar um ano dos Jogos Paralímpicos de Londres e iniciar a contagem regressiva de três anos para os Jogos do Rio de Janeiro, foi inaugurada hoje (4) mais uma etapa do projeto Experimentando Diferenças, na embaixada britânica.

Até 11 de setembro, 500 estudantes do ensino fundamental de escolas públicas e particulares do Distrito Federal poderão experimentar, em uma arena especial montada na quadra de esportes da embaixada, as sensações vividas por atletas paralímpicos. O evento tem parceria da Caixa Econômica Federal, patrocinadora do paradesporto nacional, e do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Na abertura do evento, 60 estudantes experimentaram atividades esportivas como futebol com olhos vendados e basquete e corrida em cadeira de rodas e conversaram com atletas paralímpicos que ganharam medalhas em Paralimpíadas.

O esgrimista cadeirante Jovane Guissone, que ganhou medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos de Londres, disse que a interação com as crianças é importante para divulgar o esporte paralímpico. “Muitas pessoas perguntam se, pelo fato de sermos cadeirantes, vale a pena apostar em nós. Podem confiar porque, se estamos em um esporte de alto rendimento, é porque temos nosso valor”, afirmou Guissone.

Para o velocista Yohansson Nascimento, que ganhou em Londres duas medalhas (ouro e prata), na categoria T46, para atletas lesionados ou amputados dos membros superiores, o projeto Experimentando Diferenças é relevante para que as crianças vivenciem as limitações que os paralímpicos enfrentam em seu cotidiano.

“É importante que vejam nosso esforço para superar as dificuldades no dia a dia. Espero que a nossa juventude tenha um olhar diferente para não achar que o deficiente é um coitadinho, mas sim que o deficiente é um atleta profissional que treina todos os dias para trazer medalhas”, disse Nascimento. “Hoje posso realizar muitos sonhos por meio do esporte. A minha expectativa para os Jogos de 2016 é conquistar o ouro.”


O judoca com deficiência visual Antônio Tenório, tetracampeão paralímpico, ganhou o bronze em Londres. “Eu subo há 20 anos no pódio representando o Brasil. Este é um evento muito importante por trazer crianças para experimentar os esportes e torcer pelos brasileiros em 2016”, afirmou Tenório, que pretende ir para à sexta Paralimpíada em 2016, no Rio.

O nadador André Brasil, que tem sequelas da poliomielite, ressaltou que o esporte está presente em sua vida desde a infância. Ele ganhou em Londres cinco medalhas, sendo três de ouro e duas de prata, que se somaram às cinco conquistadas nas Paralimpíadas de Pequim, em 2008. “Desde criança, estou no esporte. Pouco importa se estou nos Jogos Olímpicos ou Paralímpicos. Sou atleta e nadador.”

Estela Gomes, de 7 anos, que está no segundo ano do ensino fundamental do Colégio Arvense, experimentou o chute a gol com olhos vendados e com a bola sonora com guizos. “O evento é muito legal, porque a gente está fazendo experiências novas. Nunca pensei que ia chutar com uma máscara, mas achei fácil”, disse Estela.

O organizador do projeto, Fernando Rigo, disse que um dos objetivos do Experimentando Diferenças é divulgar as regras e os esportes dos Jogos Paralímpicos de 2016. “Já fazemos esse evento em shopping centers.

As pessoas percebem que a deficiência não é o fim do mundo. É possível viver bem mesmo com uma deficiência física”, destacou Rigo. O evento já foi levado para Salvador e Brasília e deverá passar por São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Natal, Fortaleza, Recife e Belo Horizonte.

O embaixador britânico Alex Ellis disse que a iniciativa é importante para lembrar um ano do sucesso das Paralimpíadas de Londres, que teve participação de 4,2 mil atletas de 165 países e 2,7 milhões de ingressos vendidos.

“Transformamos o sistema de transporte londrino para dar mais acessibilidade às pessoas com deficiência”, lembrou o embaixador. As 136 estações de metrô de Londres e toda a frota de ônibus da capital britânica eram acessíveis para cadeirantes.

O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, lembrou que, nos Jogos de Londres, o Brasil conquistou 43 medalhas, das quais 21 de ouro. “Estamos preparando uma delegação que se pretende a melhor de todos os tempos. Ficamos em sétimo lugar em Londres e esperamos chegar ao quinto lugar no Rio, em 2016.

Eventos como esse contribuem para conscientizar que a deficiência é apenas uma das características das pessoas. A criança pode vibrar com um atleta paralímpico e tê-lo como ídolo”, disse Parsons.

Além da arena especial, também foi inaugurada a exposição fotográfica Caravana Vencedores, do fotógrafo Sérgio Dutti, que retrata a preparação e o desempenho dos atletas em Londres.

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