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CPT diz que 21 foram ameaçados em 2012 em MT

Relatório anual divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontou que 21 pessoas receberam ameaças de morte em 2012 por causa de conflitos no campo em MT


	Relatório da CPT apontou que 21 pessoas receberam ameaças de morte em 2012 por causa de conflitos no campo em Mato Grosso e 18 destas vítimas são índios das etnias xavantes e myky
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Relatório da CPT apontou que 21 pessoas receberam ameaças de morte em 2012 por causa de conflitos no campo em Mato Grosso e 18 destas vítimas são índios das etnias xavantes e myky (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2013 às 19h42.

Cuiabá - Em Mato Grosso, terra do agronegócio e de grandes madeireiras, a situação dos povos indígenas é bastante conturbada por causa das disputas de terras.

Relatório anual divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontou que 21 pessoas receberam ameaças de morte em 2012 por causa de conflitos no campo em Mato Grosso e 18 destas vítimas são índios das etnias xavantes e myky.

Do total de ameaçados, 15 são da etnia myky da aldeia Japuíra, na terra indígena Menkü, na região de Brasnorte. Em 2012, um índio, morreu durante confronto entre indígenas e a Polícia Federal (PF), na Operação Eldorado, desencadeada pela corporação.

Nesta segunda-feira, 3, invasores despejados da reserva indígena Marãiwatsédé entre o fim de 2012 e janeiro invadiram a área denominada Posto da Mata. Os índios sentem-se intimidados dentro da aldeia, localizada a cerca de 20 quilômetros do ponto onde os posseiros acamparam no domingo, 2. Os invasores chegam em caminhonetes.

Picadas

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) confirma que, recentemente, foram descobertas várias picadas (estradas de terra, sem asfalto, por dentro da mata) na Terra Indígena (TI) Menkü, dos povos myky. Lá, madeireiros extraem árvores grossas de castanha, jatobá, cedrão, cambará duro, angelim, garapeira, pequizeiro e cajueira da mata, cerejeira, seringueira, peroba, canela e cumbaru.

Os myky são um grupo de recente contato, com 124 indivíduos - 50% menores de 12 anos. Os 15 indígenas ameaçados de morte correspondem a 12,09 % da população em idade produtiva.

Em abril, representantes da sociedade myky pediram ajuda e expuseram a situação de vulnerabilidade do povo "em decorrência do conflito fundiário e a dinâmica degradação ambiental da terra" à Fundação Nacional do Índio (Funai) em Brasília. Em Alto da Boa Vista, houve três ameaças; e em Barra do Garças, Novo Mundo e São Felix do Araguaia, houve uma ameaça em cada município.

Usinas

Além do agronegócio, outra ameaça paira sobre os índios de Mato Grosso: a construção de usinas hidrelétricas. Os indígenas caiabi, apiacá e munducuru têm sido ameaçados, depois de a Justiça Federal determinar a paralisação das obras da Hidrelétrica de Teles Pires I, na região de Alta Floresta (812 km de Cuiabá). As etnias vivem na área de impacto da usina.

Marãiwatsédé

Marãiwatsédé é uma terra indígena demarcação data de 1992, que foi invadida por grandes e pequenos produtores rurais dentre eles políticos e magistrados que alegavam deter direito de propriedade sobre lotes comercializados da área. A terra foi desocupada, integralmente, em janeiro, após uso da força policial. Houve confronto com a polícia.

Os posseiros bloquearam as rodovias de acesso à região em protesto contra a decisão que determinou a retirada. Esta não é a primeira tentativa de retorno e intimidação. Em 21 de abril, um grupo de trabalhadores rurais bloqueou trecho da Rodovia BR-158, nas imediações da terra xavante Marãiwatsédé.

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