Na foto, o relator da CPMI de Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), e o senador Randolfe Rodrigues (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2012 às 12h16.
Brasília - A CPI do Cachoeira aprovou nesta quarta-feira, por 17 votos a 9, um pedido para suspender a votação de 533 requerimentos de convocação de pessoas e de quebras de sigilo de empresas ligadas ao esquema montado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Após intensa discussão de parlamentares da base e da oposição, a maioria aceitou a proposta do relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), segundo a qual a votação de requerimentos fosse suspensa até que o Congresso decida se a comissão vai ou não prorrogar os trabalhos.
Odair Cunha é favorável a um novo prazo para a CPI de 48 dias. Oficialmente, os trabalhos se encerram no domingo (4). "Estou dizendo isso para tranquilizar todos os membros desta CPMI no sentido de que necessitamos de uma prorrogação que, pelo menos, viabilize uma discussão transparente e clara do nosso relatório", afirmou, referindo-se ao texto de conclusão dos trabalhos que diz estar pronto para apreciação. "O mais prudente e o bom senso fazem com que neste momento suscitemos o adiamento dessa discussão", completou.
O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) criticou a intenção de suspender a votação de requerimentos. Segundo Lorenzoni, o pedido esconde a intenção de rejeitar a quebra de sigilo de 13 empresas que teriam vínculos com a empreiteira Delta, supostamente ligada a Carlinhos Cachoeira.
Ao defender a proposta do relator da CPI, o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) disse que Odair Cunha, desde o primeiro dia dos trabalhos de investigação, "não desviou um dia sequer" do plano traçado para as apurações. "A proposta do relator é que a gente não bote a carroça na frente dos bois: primeiro se vote a prorrogação dos trabalhos", destacou.
Onyx acusou Picciani de ser "do grupo que quer blindar a Delta". O deputado do PMDB retrucou, dizendo lamentar "profundamente" o desrespeito com ele e com muitos colegas da comissão. "Eu quero dizer que nós não nos prestamos ao papel de defender, blindar, proteger quem quer que seja. Mas não vamos permitir a perseguição política de alguns atores políticos aqui", rebateu, referindo-se à tentativa de tentar convocar o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, seu aliado político.
"É só marcar a missa de sétimo dia", afirmou o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), logo após a votação. Em protesto à decisão, os integrantes da oposição deixaram o plenário.