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Covid-19: Brasil passa EUA em mortes por milhão de habitantes

Há um mês, o Brasil registra diariamente pelo menos 30% de todas as mortes em todo o planeta

 (Amanda Perobelli/Reuters)

(Amanda Perobelli/Reuters)

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Gilson Garrett Jr

Publicado em 14 de abril de 2021 às 16h54.

Última atualização em 14 de abril de 2021 às 20h21.

O Brasil passou os Estados Unidos na taxa de mortes por covid-19 na proporção por milhão de habitantes. Na tarde desta quarta-feira, 14, o país da América do Sul tinha uma média de 1.683 óbitos, enquanto a maior economia do mundo contabilizou uma taxa de 1.680 vítimas do coronavírus a cada 1 milhão de pessoas.

O cálculo foi feito pela EXAME e levou em conta o número de habitantes divulgado pelos governos. Atualmente vivem no Brasil 212.950.346 pessoas, e acumula 358.425 mortes por covid-19, segundo dados do Ministério da Saúde. Já os Estados Unidos registram 554.741 vítimas do coronavírus, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), com uma população de 330.205.005.

No mundo, o Brasil ocupa a 13ª posição em número de mortes causadas pela covid-19 por milhão de habitantes, logo depois de países como Itália e Reino Unido. Em números absolutos é o segundo com mais óbitos, só atrás dos Estados Unidos, de acordo com dados compilados pela Universidade de Oxford. 

O Brasil se tornou o epicentro mundial da pandemia de covid-19 há pouco mais de um mês, quando passou a concentrar a maior parte de todas as mortes registradas diariamente. A cada 24 horas, o país é responsável por, pelo menos, 30% de todas as vítimas do coronavírus no planeta.

A média diária de mortes está acima de 3.000 há quatro dias. Na semana passada, o país bateu dois recordes e registrou, pela primeira vez, mais de 4.000 vidas perdidas no período de um dia.

Recentemente, cientistas e pesquisadores do Observatório Covid-19 BR publicaram um manifesto classificando a situação em que o Brasil vive como "catástrofe". A nova variante descoberta na região amazônica se mostrou muito mais transmissível, e com potencial maior de reinfecção. Essa combinação ajudou a acelerar ainda mais a velocidade da doença e colapsando os sistemas de saúde em todo o país. Apesar disso, não há estudos contundentes que indiquem que a variante seja mais letal.

"Esta situação foi antecipada, e medidas para evitá-la poderiam ter sido adotadas há meses, quando já se sabia que as ações vigentes eram insuficientes ou inadequadas e não tiveram a adesão necessária, e que variantes mais transmissíveis do vírus estavam surgindo. A falta de ações de mitigação ou supressão em tempo hábil resultou no estado de emergência no qual, lamentavelmente, nos encontramos", dizem.

Os últimos 13 dias já somam mais óbitos (36.832) do que todos os outros meses da pandemia, com exceção de março, quando o dado chegou a 66.800 vítimas. O número do mês passado ainda pode ser ultrapassado pelos registros de abril, com mais duas semanas e meia a serem transcorridas.

Vacinação é o caminho

Nos Estados Unidos, a situação dramática se inverteu desde o início da aplicação das primeiras doses da vacina contra a covid-19. Nos últimos balanços, a média diária de aplicação supera as 3 milhões de doses. No começo de janeiro, todos os dias o país registrava mais de 3.000 mortes pela doença, e na terça-feira, 13, confirmou 569 vítimas.

O Brasil, por outro lado, ainda enfrenta dificuldades na imunização. Assim que assumiu, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a meta do governo é vacinar 1 milhão de pessoas por dia, sem estipular um prazo. Segundo o levantamento feito pelo consórcio de imprensa, 24.433.064 pessoas já receberam pelo menos a primeira dose da vacina contra a covid-19. Este valor é a soma dos 26 estados mais o Distrito Federal e equivale a 11,54% da população brasileira.

 

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