Covas decide não autorizar volta de aulas no ensino fundamental e infantil
A prefeitura de São Paulo manteve somente as aulas presenciais do ensino médio na cidade. Bruno Covas descartou um novo fechamento
Gilson Garrett Jr
Publicado em 19 de novembro de 2020 às 12h08.
Última atualização em 19 de novembro de 2020 às 14h50.
A prefeitura de São Paulo decidiu, nesta quinta-feira, 19, manter somente as aulas presenciais do ensino médio na cidade. O retorno do ensino fundamental e infantil em 2020 permanece incerto, sendo permitido somente atividades extracurriculares, como aulas de reforço e de língua estrangeira. A medida vale para as redes municipal, estadual e particular que estão na capital paulista.
De acordo com o prefeito, Bruno Covas (PSDB), a manutenção de todas as regras que foram definidas em outubro, foi tomada por conta da estabilização no número de casos e de mortes de covid-19 na cidade de São Paulo desde a última atualização. Sobre o ano letivo de 2021, a prefeitura ainda estuda o calendário e em dezembro deve anunciar como deve ficar.
O secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, disse que83 unidades da rede pública municipal de ensino fundamental estão abertas e as nove unidade de ensino médio também.
“Por conta da estabilidade não é momento de ampliar a flexibilização. Vamos manter apenas o ensino médio aberto. Vamos manter as atividades extracurriculares para o ensino fundamental. Não há nenhuma necessidade de retroceder também. Vamos continuar no mesmo estágio, com o mesmo protocolo, contando com a colaboração das pessoas”, disse Covas em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 19.
Há 10 dias, a Grande São Paulo registra um aumento no número de internações de pacientes com a covid-19. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde, na quarta-feira, 18, a média diária de solicitações de novas internações está em 677, a mais alta em dois meses.
O prefeito descartou qualquer possibilidade de lockdown na cidade de São Paulo e disse que houve uma diminuição no número de leitos com a decisão de fechar hospitais de campanha, mas ponderou que ainda há capacidade para atendimento. Ressaltou ainda que cerca de 20% dos pacientes internados vieram de outras regiões do país.
Aumento foi sentido primeiro em hospitais privados
O aumento nas internações, registrado pelo governo estadual, endossa o que está sendo percebido principalmente em hospitais privados da capital paulista. No Hospital Sírio-Libanês, por exemplo, o pico de pessoas internadas foi em abril, com cerca de 120 pacientes. Agora, voltou a subir para o mesmo patamar, oscilando nos dois últimos meses entre 80 e 110 pacientes.
O Hospital do Coração (HCor) aponta que já registrou 36 internações até a última terça-feira, 10, e que, caso se mantenha esse ritmo, o total para o mês vai ultrapassar os casos de outubro (67) e os de setembro (82).
Governo de SP adia atualização da quarentena
O governo de São Paulo decidiu adiar a reclassificação da quarentena no estado, que estava prevista para esta segunda-feira, 16. De acordo com o governo, um problema no sistema do Ministério da Saúde que compila todos os dados da pandemia, identificado na semana passada, motivou a alteração. A previsão é fazer uma nova avaliação no dia 30 de novembro.
“A pane do Ministério da Saúde afetou a atualização de dados de todo o Brasil. Estamos adiando para o dia 30 de novembro, uma medida de cautela, quando tivermos todos os indicadores disponíveis. Se fosse hoje, a maioria das regiões seria promovida para a fase verde. O momento requer precaução, cautela e cuidado”, explicou o governador de São Paulo João Doria (PSDB), em entrevista coletiva nesta segunda-feira.
O Ministério da Saúde reconheceu a falha no sistema, que afetou a atualização de dados por vários dias. O secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, disse que a pasta encontrou indícios de que foi alvo de uma tentativa de ataques cibernéticos, o que a levou a bloquear o acesso às suas redes para garantir a segurança dos dados.