Valdemar Costa Neto: considerado "dono" do Partido da República (PR), ele foi condenado no processo do mensalão a 7 anos e 10 meses (Leonardo Prado/Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2013 às 18h29.
Brasília - Lida no plenário da Câmara na tarde desta quinta-feira, 05, a carta de renúncia do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) foi elaborada, segundo o líder em exercício do PR, Luciano Castro (RR), com o objetivo de evitar o constrangimento de a Casa passar por mais um processo de cassação de um parlamentar.
A decisão de renunciar veio sendo amadurecida por Costa Neto desde o último mês de agosto quando o plenário da Câmara julgou o pedido de cassação de Natan Donadon (sem partido- RO), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 13 anos e quatro meses por de peculato e formação de quadrilha.
Na ocasião, Donadon escapou da cassação e manteve o mandato, apesar de preso no Complexo Penitenciário da Papuda em Brasília.
"A decisão de renunciar era uma decisão que o deputado já tinha tomado em razão de que não desejava submeter a Casa e os colegas ao constrangimento de uma votação aqui em plenário", disse Luciano Casto, que leu o documento da tribuna. "Ele entendeu também que se algum erro foi cometido, ele deve pagar por isso e vai cumprir a decisão judicial integralmente", reiterou.
Para o deputado, a renúncia de Costa Neto também evita um desgaste para a bancada. "Nunca é uma situação agradável. Valdemar era uma liderança do partido e naturalmente o partido se abala com isso, mas a vida partidária continua", considerou.
Considerado como "dono" do Partido da República (PR), Valdemar Costa Neto foi condenado no processo do mensalão a 7 anos e 10 meses em regime semiaberto.
Luciano Castro se emocionou ao ser questionado se iria fazer uma visita ao "colega" na prisão.
"O deputado Valdemar é um companheiro de 22 anos de convivência aqui nesta Casa. Entrou nesta Casa comigo, naturalmente que não é uma hora agradável para nenhum de nós. Coube o destino que eu lesse a sua carta de renuncia no plenário da Câmara. Naturalmente, não deixaremos de ser amigos" afirmou Castro.