Corrente de Lula escolhe Gleisi Hoffmann para presidir o PT
A ideia de lançar Gleisi foi do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desistiu de comandar o PT e quer uma "cara nova" na direção do partido
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de abril de 2017 às 12h05.
Última atualização em 4 de abril de 2017 às 16h30.
Brasília - A corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no PT, escolheu a senadora Gleisi Hoffmann (PR) para ser candidata à presidência do partido.
A ideia de lançar Gleisi foi do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desistiu de comandar o PT e quer uma "cara nova" na direção do partido.
A escolha da líder do PT no Senado e ex-ministra da Casa Civil no governo Dilma Rousseff provocou muitos embates durante reunião da CNB, realizada nesta segunda-feira, 3, em São Paulo.
Diante da insistência de Lula em emplacar Gleisi, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha e o deputado federal Márcio Macedo (PT-SE) acabaram retirando suas pré-candidaturas.
Até agora, porém, o senador Lidndbergh Farias (PT-RJ) ainda é o nome do grupo Muda PT para enfrentar a corrente majoritária na eleição para a presidência do partido, que ocorrerá em junho, durante o 6.º Congresso Nacional da sigla, em Brasília. O grupo Muda PT abriga correntes de esquerda no espectro ideológico do petismo e faz oposição à CNB.
Gleisi e Lindbergh são investigados pela Operação Lava Jato. Os dois negam ter cometido irregularidades.
A expectativa da corrente de Lula é que Lindbergh desista da candidatura, pois é amigo de Gleisi. A dupla tem se destacado na tribuna do Senado por fazer críticas contundentes ao governo de Michel Temer.
Lula vai conversar ainda nesta terça-feira, 4, com Lindbergh, na tentativa de convencê-lo a retirar o nome da disputa. O senador ainda não deu, no entanto, qualquer sinal de desistência. Ao contrário: tem viajado pelo País em busca de apoio.
Em campanha à presidência da República, Lula prepara um programa econômico para divulgar nos próximos meses. O ex-presidente é réu em cinco ações penais, três das quais relacionadas à Lava Jato.
Em nota divulgada na noite desta segunda-feira, a coordenação da CNB informa que Alexandre Padilha e Márcio Macedo retiraram suas candidaturas "ratificando seu compromisso histórico com a unidade" e em prol da possibilidade de o PT ter, pela primeira vez na história, uma mulher na presidência nacional do partido.
"A CNB entende que a unidade partidária é pressuposto fundamental para fortalecer e revigorar o nosso partido, para derrotar o projeto neoliberal e construir a possibilidade de o Brasil voltar a ser justo, democrático e feliz com Lula Presidente em 2018", diz o texto da corrente.