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Corpos das vítimas do Air France devem chegar à França na quinta

Restos recuperados do Oceano Atlântico serão identificados. DNA recolhido pela Polícia Federal brasileira pode ser utilizado

Ficarão no fundo mar outros 74 corpos que não puderam ser recuperados (AFP)

Ficarão no fundo mar outros 74 corpos que não puderam ser recuperados (AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2011 às 21h59.

São Paulo - O navio L’Ile-de-Sein, que transporta 104 corpos das vítimas do acidente com o voo Air France 447, ocorrido há dois anos, deve aportar em Bayonne, litoral sudoeste da França, na próxima quinta-feira. Os cadáveres foram recuperados a 3.900 metros de profundidade por submarinos-robôs. O navio também transporta peças da aeronave, um Airbus A330, que serão examinadas na sede do fabricante, em Toulouse. A operação no mar foi encerrada em 3 de junho. Antes que comecem os trabalhos de identificação, que devem demorar meses, está marcada para esta quarta-feira uma reunião entre os representantes das famílias das vítimas com o ministério dos Transportes francês e o BEA (órgão que investiga acidentes aéreos).

Pai de um dos passageiros mortos, o brasileiro Nelson Faria Marinho embarca para Paris nesta terça-feira. Ele irá conhecer os planos para a coleta de DNA dos parentes para comparação com o material extraído das vítimas. Marinho comentou que não sabe se o banco de DNA recolhido pela Polícia Federal brasileira será aproveitado. Dias após o acidente, ocorrido em 31 de março de 2009, cinquenta corpos foram recolhidos do mar junto com destroços flutuantes. Ficarão no fundo mar outros 74 corpos que não puderam ser recuperados.

Demora - Marinho promete criticar publicamente a demora na divulgação parcial dos dados gravados nas caixas-pretas do Airbus. "Tudo o que foi divulgado nós já sabíamos", disse, referindo-se ao problema das sondas pitot, que deixaram de funcionar quando o avião atravessou uma tempestade. O problema teria forçado o desligamento do piloto automático e levado a uma série de falhas que fizeram com que o AF 447 caísse no mar. Para Marinho, a demora e a divulgação parcial dos dados das caixas-pretas foi proposital, já que prejudicaria uma série de vendas pendentes da Airbus.

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