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Coronavírus: mortes já chegam a 25 e só três não são em SP

De acordo com o Ministério da Saúde, número de casos já passa de 1.500 no país

Coronavírus no Brasil: ministro disse ainda que a estimativa é que metade da população seja contaminada pelo novo coronavírus e, desse total, mais da metade não terá sintomas (NurPhoto/Getty Images)

Coronavírus no Brasil: ministro disse ainda que a estimativa é que metade da população seja contaminada pelo novo coronavírus e, desse total, mais da metade não terá sintomas (NurPhoto/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de março de 2020 às 07h43.

Última atualização em 23 de março de 2020 às 07h45.

O Ministério da Saúde confirmou neste domingo, 22, que o País tem 25 mortes causadas pelo novo coronavírus. De acordo com a pasta, são 1.546 casos confirmados da doença.

Em relação aos dados divulgados no sábado, 21, são 418 casos a mais, um aumento de 37%, e mais sete mortes, um crescimento de 39%. São Paulo continua tendo o maior número mortes, agora são 22, e também de casos confirmados, 631. No sábado, eram 15 mortes no Estado. As sete novas mortes de São Paulo aconteceram na capital.

De acordo com o Ministério da Saúde, todos os Estados do País já têm casos confirmados - até sábado Roraima não tinha e agora registra dois. No Norte, são 49 casos, 3,2% do total. No Nordeste, 231 ocorrências, 14,9% do total. No Centro-Oeste, 161 casos, 10,4% do total. No Sul, 179 vítimas, 11,6% do total. O Sudeste concentra o maior número, 926 ao todo, com 59,9%, e todas as mortes foram registradas em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Durante a coletiva, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que os mais de 5 milhões de testes rápidos encomendados pelo governo para os próximos oito dias virão de uma fabricante chinesa e apresentam sensibilidade de 86,43% e especificidade de 99,5%.

A expectativa é que ocorram de 30 a 50 mil exames por dia. Mandetta disse ainda que o Brasil tem capacidade para produzir e exportar cloroquina, um dos medicamentos que têm tido resultados promissores em testes para tratamento do novo coronavírus.

Segundo ele, tanto a Fiocruz quanto o Laboratório do Exército têm condições de produzir a medicação - que serve para combate da malária, lúpus e artrite reumatoide.

Segundo ele, alguns pacientes com o novo coronavírus já vêm sendo tratados com essa medicação, mas ainda não é possível dizer se a cloroquina foi decisiva ou não para a melhora do estado de saúde. "Agora, quando uma pessoa entra em estado grave fica quase impossível ao médico negar o medicamento e dizer que ainda são estudos", afirmou o ministro.

Mandetta disse, porém, que o governo ainda não definiu o protocolo para a medicação - dosagem, intervalo entre as doses e quem deve ou não usá-la, se todos os infectados ou apenas os internados. Mandetta alertou, ainda, que há efeitos colaterais que podem ser graves e danosos, "muito mais graves que uma gripe", e que não faz sentido que pessoas adquiram a cloroquina para estocar em casa sem necessidade.

O ministro disse ainda que a estimativa é que metade da população seja contaminada pelo novo coronavírus e, desse total, mais da metade não terá sintomas.

Dos que tiverem sintomas, segundo Mandetta, 15% devem necessitar de internação hospitalar, e o restante não serão casos graves. Ele disse que o fato de o Brasil ter uma população jovem pode contribuir no enfrentamento da doença, formando um grande cordão imunológico com menos casos graves.

"Uma minoria vai necessitar de internação hospitalar. Se ocorresse ao longo do ano, seria uma gripe forte e uma epidemia para idosos", afirmou. "Como não temos e ninguém tem imunidade, está acontecendo de maneira abrupta e levará muita gente ao sistema de saúde, como se tivesse apenas uma geladeira e de repente todo o quarteirão precisasse dela."

Mandetta disse que o SUS precisa ganhar tempo para que o sistema e aumente sua capilaridade, leitos e CTIS.

O ministro também relembrou que a campanha de vacinação contra a gripe começa no País nesta segunda-feira, 23, com foco em profissionais de saúde e pessoas acima de 60 anos, como forma de evitar casos graves no futuro.

Para Mandetta, é necessário ter "bom senso" na hora de sair de casa. "Se seu município é pequeno e não tem nenhum caso ainda, use o bom senso e ouça seu secretário (da Saúde)", disse.

São Paulo

De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, dos sete novos óbitos confirmados desde sábado em São Pauo, cinco são homens, com idades entre 76 e 83 anos, e duas mulheres, de 88 e 96 anos. Entre o total de mortes registradas até o momento, 21 ocorreram em hospitais privados e uma em hospital público. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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