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Convenção do PRTB e disputas judiciais podem barrar Pablo Marçal na disputa em SP; entenda

Partido ainda não marcou a data que definirá a posição na disputa em meio a racha interno e conversas com o União Brasil

Eleições 2024: Impasse na candidatura de Pablo Marçal em São Paulo (Facebook/Reprodução)

Eleições 2024: Impasse na candidatura de Pablo Marçal em São Paulo (Facebook/Reprodução)

Agência o Globo
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Publicado em 19 de julho de 2024 às 17h02.

Última atualização em 19 de julho de 2024 às 17h10.

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Enquanto os principais pré-candidatos agendam convenções partidárias a partir deste final de semana para oficializar a entrada na disputa pela prefeitura de São Paulo, o empresário Pablo Marçal (PRTB) precisará esperar mais alguns dias para descobrir se terá ou não o nome nas urnas. Com o partido rachado, há quem aposte numa reviravolta antes ou durante a campanha.

O atraso em marcar a convenção pode ser interpretado tanto como uma indefinição na vaga de vice de Marçal, que ainda confia no desembarque do União Brasil da aliança em torno do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), quanto pelas disputas internas do PRTB que ameaçam minar a candidatura do ex-coach na capital paulista.

Grupos rivais acusam o presidente da sigla, Leonardo Avalanche, de agir de modo autoritário e colocam em dúvida a aprovação da candidatura de Pablo Marçal pelas regras do estatuto. Outra possibilidade levantada pelos rivais de Avalanche é uma destituição do dirigente pelas vias judiciais, o que também poderia afastar a candidatura do empresário.

Pelas regras internas do PRTB, candidatos a prefeito em cidades com mais de 200 mil habitantes dependem de autorização do diretório nacional do partido. Na prática, significa que Avalanche precisa reunir pelo menos oito dos 14 votos para dar a vaga ao aliado milionário no principal colégio eleitoral do país.

Risco à candidatura

Apesar de a executiva nacional ser composta pela própria chapa liderada por Avalanche, eleita em fevereiro deste ano, opositores alegam que o dirigente perdeu o controle sobre os seus integrantes e abriu espaço para traições. Ele, no entanto, rechaçou ao O Globo qualquer risco de Marçal não sair candidato.

Para a ala ligada a Aldineia Fidelix da Cruz, viúva do fundador do PRTB, Levy Fidelix, o presidente do partido ofereceu a Marçal garantias que não seria capaz de cumprir.

"O grupo está todo estilhaçado", afirma Karina Fidelix da Cruz, filha e advogada de Aldineia. "Eles estão insatisfeitos justamente porque não estão sendo consultados pelo Leonardo, que vai canetando tudo sozinho. Hoje, dentro do partido, ele [Avalanche] já não tem maioria. É isso que deixa o Pablo muito vulnerável em termos de candidatura", completa.

O prazo para filiação a partidos políticos a fim de disputar o pleito de outubro se encerrou em abril. Sem o aval do PRTB, Marçal fica sem alternativa para concorrer em São Paulo. O prazo para os partidos realizarem as convenções neste ano vai de 20 de julho a 5 de agosto.

Pela via judicial

Em uma segunda frente, opositores não descartam entrar na Justiça para anular a eleição de Avalanche para a presidência do partido. O grupo de Aldineia, por exemplo, reclama que o líder do PRTB se nega a ceder seis das 14 vagas no diretório nacional e entregar o comando da sigla no Estado, o que contraria acordo firmado na época. Outros, como Júlio Cezar Fidelix, irmão do falecido fundador do PRTB, dizem que o processo é irregular.

O racha teria movimentado aliados do prefeito Ricardo Nunes, que temem a migração de votos no eleitorado de direita para Marçal. Nesta quarta-feira, 17, o jornal Folha de S.Paulo noticiou que o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, discutem estratégias jurídicas com membros do PRTB para barrar o empresário.

Paulinho e Valdemar não retornaram às ligações da reportagem. Já a assessoria de Marçal evitou comentar diretamente o episódio, mas encaminhou notas de apoio assinadas por dois filhos de Fidelix que fazem parte dos diretórios estadual e municipal em resposta.

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