Brasil

Contra conselhos populares, partidos derrubam sessão

Presidente da Câmara revelou aos parlamentares que está negociando com o governo a revogação do decreto

Presidente Henrique Eduardo Alves discursa em defesa da imagem da Câmara e do Congresso (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

Presidente Henrique Eduardo Alves discursa em defesa da imagem da Câmara e do Congresso (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2014 às 21h12.

Brasília - Favoráveis à votação da urgência do projeto de decreto legislativo que visa barrar os conselhos populares criados via decreto pela presidente Dilma Rousseff, cinco partidos obstruíram na noite desta terça-feira, 10, a votação na Câmara dos Deputados do projeto que visa regulamentar o direito de resposta.

O presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), revelou aos parlamentares que está negociando com o governo a revogação do decreto e o envio ao Congresso de um projeto de lei substituindo a proposta do Executivo.

Segundo Alves, o apelo foi feito ao ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. "Expus ao ministro o sentimento desta Casa para que a matéria não viesse como decreto", disse.

Na tentativa de convencer DEM, PSDB, PSD, SDD e PPS a deixarem a obstrução, Alves ameaçou colocar em votação amanhã, dia 11, o decreto legislativo proposto pelo líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), caso não fosse revogado o decreto presidencial.

"Se até amanhã o governo não tiver revogado, vamos colocar sim em pauta (a urgência)", declarou Alves em plenário. Mesmo com a promessa do presidente da Casa, a obstrução e a falta de quórum derrubaram a única sessão deliberativa da semana.

A oposição quer aproveitar a votação da urgência para discutir imediatamente o mérito da proposta.

"Ou ela (Dilma) recua e manda o projeto de lei, ou a gente vai para a votação do decreto", avisou Mendonça. Como amanhã já não haverá sessão deliberativa, os deputados só voltarão a se reunir em plenário para apreciar projetos na última semana do mês, em virtude do calendário da Copa do Mundo.

Nesta noite, coube ao líder do governo, Henrique Fontana (PT-RS), sair em defesa dos conselhos populares.

Ele propôs que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, viesse ao Congresso explicar o teor do decreto presidencial e sinalizou que o Palácio do Planalto não está disposto a revogar a decisão de Dilma.

"É um decreto que visa fortalecer os canais de representação da sociedade. Quanto mais o cidadão participar dos negócios públicos, melhor será a gestão pública. Hoje defendemos o decreto como algo positivo para o País", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffGoverno DilmaPersonalidadesPolíticaPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso