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Consumo desacelera, mas deve subir em 2011, diz CNC

Medidas do Banco Central e do governo já estão surtindo efeito, defende a entidade

A venda de bens duráveis a prazo, como automóveis, caiu segundo a CNC (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2011 às 13h04.

O ano de 2011 já mostra sinais de uma desaceleração no ritmo de crescimento do consumo do brasileiro, na avaliação do economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Fábio Bentes. Ele fez a observação ao comentar os resultados da Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (Peic) de fevereiro, divulgada hoje pela entidade. Para o especialista, as medidas do Banco Central (BC) de aumento de juros, aliado às decisões do governo de restringir oferta de crédito, derrubou o apetite do consumidor por compras a prazo, principalmente bens duráveis, como automóveis e geladeiras.

Ele observou que, na pesquisa, o índice que mede o interesse do consumidor para compras de duráveis caiu 0,4% em fevereiro deste ano, contra igual mês no ano anterior. Além disso, o indicador que mede a perspectiva de consumo nos próximos meses mostrou queda de 0,6%, na mesma comparação. "O consumidor sente que o crédito está mais caro. Os juros cobrados ao consumidor estão em 40,6% ao ano, o mais elevado patamar em sete meses", afirmou, lembrando que o mercado espera um ciclo longo de aperto monetário, o que deve conduzir a juros mais elevados.

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Bentes comentou que o avanço do consumo, atualmente, é impulsionado pelo bom momento da renda do brasileiro, capitaneada pelo mercado de trabalho aquecido. No entanto, observou que o cenário no emprego este ano não deve ser tão bom quanto do ano passado. "Tivemos abertura de 2,5 milhões de vagas em 2010 e estamos projetando acréscimo de 1,8 milhão para este ano. O mercado de trabalho teve desempenho recorde no ano passado, e isso não deve se repetir este ano", disse.

Na prática, isso deve arrefecer a magnitude do crescimento da renda este ano, na comparação com 2010 - o que deve ajudar diminuir o patamar de elevação de consumo, juntamente com o encarecimento do crédito. "Não estamos prevendo um cenário catastrófico. O consumo vai subir sim este ano, mas será um crescimento moderado", avaliou o especialista

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