Obra da Brookfield em São Paulo (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2013 às 09h08.
Última atualização em 18 de outubro de 2016 às 12h02.
São Paulo - O Ministério Público Estadual pretende começar a ouvir as empresas acusadas de colaborar com a quadrilha do Imposto sobre Serviços (ISS) na quarta-feira. Também deve ouvir nesta semana, em um depoimento em conjunto com a Controladoria-Geral do Município, o ex-secretário municipal de Finanças Mauro Ricardo, a quem o promotor do caso, Roberto Bodini, chama de "no mínimo, omisso" sobre o esquema.</p>
As empresas que serão chamadas são as que foram citadas pelo auditor fiscal Luis Alexandre Cardoso Magalhães como pagantes de propina: Alimonti, BKO, Brookfield, Tarjab, Tecnisa e Trisul. Ao MPE, elas devem apresentar a versão delas para as acusações feitas pelo fiscal - de que não eram coagidas a pagar propina e faziam os pagamentos para obter descontos no ISS.
Conforme o Estado informou anteontem, uma testemunha protegida disse que, ao menos no caso da Alimonti, os fiscais teriam extorquido a empresa para fazer os pagamentos. Para liberar três projetos, cobraram R$ 460 mil.
A Brookfield informou ao MPE ter pago R$ 4,1 milhões em 20 empreendimentos fiscalizados pela quadrilha. As demais empresas dizem que colaboram com as autoridades e negam irregularidades.
O promotor Bodini deixou as empresas para uma segunda etapa de investigações porque, segundo ele, era preciso primeiro reunir elementos sobre o caso para depois fazer as perguntas corretas aos suspeitos ou testemunhas. "Não adianta trazer alguém aqui sem um roteiro definido", afirma o promotor.
A Prefeitura convocou 16 empresas na semana passada para apresentar notas fiscais que mostrem que os descontos de impostos foram regulares. Nas próximas duas semanas, mais 44 serão chamadas. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.