Conheça 10 edifícios sustentáveis do Brasil
O país está entre os que mais investe em prédios verdes. Conheça os empreendimentos que levaram a sério a adoção de soluções sustentáveis pelos certificados LEED e AQUA
Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 16h50.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h46.
São Paulo – Você sabia que o Brasil já é o quarto país do mundo com mais prédios verdes? São 601 empreendmimentos com a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), sistema de orientação ambiental de edificações usado em mais de 130 países. Ficamos atrás apenas dos Estados Unidos , que conta com 41.857 prédios, da China, que tem 996, e dos Emirados Árabes Unidos, com 791. Mas não para por aí. O Processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental) – certificação internacional de construções sustentáveis baseada no processo francês Démarche HQE, desenvolvido e adaptado à regulamentação brasileira pela Fundação Vanzolini –, aponta mais 129 certificados. Os selos trazem diversas vantagens para os empreendimentos, tais como a redução dos custos operacionais e valorização do imóvel. Conheça dez edifícios que adotaram esses compromissos ambientais e as soluções trazidas por eles.
O imponente prédio da avenida Presidente Juscelino Kubitschek, em São Paulo , conquistou a primeira certificação LEED ouro do país em novembro de 2012. Na realidade, o edifício passou por uma adequação para que sua estrutura passasse a ser sustentável, aprimorando várias técnicas para a redução do impacto ambiental. Com 13 pavimentos de escritórios, o prédio foi entregue em 2008 pela Cyrela. Hoje, dentre as soluções verdes, estão estratégias para a redução do consumo de energia elétrica, melhor uso da água – já que não tem produtos químicos nas fontes do prédio, reaproveitando o líquido para as torres de resfriamento – e maior eficácia na limpeza, pois implementa políticas visando eficiência com mínimo uso de produtos químicos.
Esta é a primeira fábrica do país a alcançar a certificação LEED na categoria New Construction, atestada em agosto de 2012. As medidas sustentáveis do empreendimento vão desde a sua construção até a gestão da obra sem impactos à comunidade. Ela usa tecnologias e medidas de eficiência energética, tem consumo eficiente da água, qualidade interna do ar e iluminação facilitada. A fábrica foi erguida em um terreno de 80 mil m², tendo 20 mil m² de área construída. Cerca de 41% da área total do terreno é deixado para espaços abertos e vegetados. Outros pontos favoráveis são a área de lazer projetada para o descanso dos funcionários, espaços no estacionamento reservados para quem oferece carona aos colegas de trabalho, sistema de captação de água da chuva, além do telhado verde, considerado o maior da América Latina. O investimento foi de mais de R$ 4 milhões.
A Gafisa conta ainda com outro empreendimento com o selo LEED, desta vez no Rio de Janeiro . O primeiro edifício comercial de alto padrão fica na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua São Bento e tem área total de 18.600 m², distribuídos em 16 pavimentos de escritórios e três de estacionamento. Dentre as características sustentáveis estão o sistema de tratamento e reaproveitamento da água da chuva, medição individual do consumo de água e energia, uso de materiais de construção com baixos compostos orgânicos voláteis, louças e metais sanitários economizadores de água, reatores e lâmpadas de alta eficiência, separação e armazenamento de lixo reciclável, vagas preferenciais para veículos com baixa emissão e recuperadores de energia instalados no sistema de exaustão dos sanitários.
Localizado na avenida Nações Unidas, em São Paulo, o prédio da Gafisa foi entregue em 2007 e recebeu o selo LEED em 2009. As 16 empresas sediadas no edifício contam com 120.000 m² de área construída, bicicletário, centro de convenções e heliponto. Dentre as soluções adotadas estão a utilização de torneiras automáticas, restritores de vazão e bacias sanitárias com sistema dual flush, o que proporciona uma economia de 30% de água. Além disso, há o sistema de reuso de água da chuva e condensação do ar condicionado, o que faz com que 100% da água usada no paisagismo e na limpeza das garagens seja reaproveitada. Para otimizar o uso da energia elétrica, os elevadores possuem sistema de frenagem regenerativa, o que acarreta em economia de até 37% em comparação aos elevadores convencionais.
Não são apenas os grandes centros que possuem prédios verdes. Prova disso é o conjunto de prédios da Energisa , que fica no sertão da Paraíba e tem o selo LEED. Como há escassez de recursos na região, além do clima ser semi-árido, a preocupação com a qualidade de vida do usuário foi o que motivou o projeto. Assim, o terreno de 10 mil m² recebeu um conjunto de prédios com 1.902 m² de área construída, erguidos com materiais renováveis, reutilizáveis e recicláveis, como madeira com certificação de reflorestamento, vidros laminados com baixo fator solar, tijolos cerâmico-prensados maciços e cercas de divisas com metal reciclado. Foram incorporados, ainda, recursos como telhas de alumínio com preenchimento de poliuretano para proteção térmica e acústica do ambiente e instalações com sistema de captação de água da chuva.
O complexo de escritórios de alto padrão recebeu o selo LEED Gold por ter como principais objetivos a redução de impactos durante a sua construção, além do amplo aproveitamento dos recursos na fase de operação do empreendimento, que é da construtora Método Engenharia SA. Localizado na Vila Gertrudes, ele conta com 20.595 m² de área construída e tem como exigências a redução do consumo de energia, dos custos operacionais e de manutenção, a diminuição do uso de recursos ambientais não renováveis e a melhora da qualidade do ar interno do edifício.
A Leroy possui o maior número de certificações AQUA da América Latina , sendo a revitalização e a modernização de sua sede administrativa no bairro de Interlagos, São Paulo, a que teve o maior grau de dificuldade, devido a grande quantidade de resíduos gerados e as restrições para execução das melhorias. O investimento inicial de cada loja gira em torno dos R$ 50 milhões. Das dez hoje certificadas, três são 100% sustentáveis, já que são certificadas na sua construção, no uso e na operação. Mas todas têm as seguintes soluções: ar condicionado com baixo consumo energético e com controle de umidade, mictórios sem o uso de água, válvulas de descarga de fluxo duplo que liberam mais ou menos água conforme a necessidade, aproveitamento de água da chuva nos banheiro e para irrigação de fachadas feitas com vidro de alto desempenho para a economia de energia.
Como a Even Construtora e Incorporadora é uma empreendedora AQUA, todos os prédios residenciais lançados em São Paulo são concebidos e preparados pensando na sustentabilidade. O True Chácara Klabin, por exemplo, tem telhado verde, o que otimiza o conforto térmico do empreendimento, coleta seletiva com área disponível para armazenamento de resíduos dentro do apartamento e local específico para armazenamento intermediário de resíduos no hall de cada andar, facilitando a disposição de lixo para o morador. O edifício fica na rua Flávio de Melo.
O prédio que fica em São Paulo tem área total construída de 2.300 m². O principal objetivo em sua construção foi garantir o conforto acústico e térmico aos usuários, priorizando a iluminação natural e a utilização de brises reguláveis que reduzem a carga térmica proveniente da incidência solar. Nas áreas comuns há lâmpadas de LED, que consomem menos energia, a água quente do chuveiro é aquecida com energia solar e os materiais usados são sustentáveis, tais como vidros laminados auto-limpantes e forros removíveis. Para a preservação dos recursos hídricos, há o sistema de reuso da água da chuva e da água proveniente da lavagem de roupas, dos banhos e dos lavatórios. Denominada de água cinza, ela passa por um tratamento físico-químico e é destinada à lavagem de calçadas, rega de plantas e descargas dos vasos sanitários.
A escola pública estadual da Vila Brasilândia, em São Paulo é certificada pelo Processo AQUA e tem soluções arquitetônicas que evitam salas de aula muito frias no inverno ou muito quentes no verão, além de serem isentas de problemas de iluminação, já que o projeto usa brises na fachada, aproveitando ao máximo a iluminação natural. Outra preocupação do empreendimento é o tratamento acústico, já que os ruídos e a interferência do som das quadras poliesportivas nas salas são importantes em uma escola. As soluções encontradas para isso foram o tratamento das quadras com isolante acústico no contrapiso e o uso de portas mexicanas maciças nas classes para bloquear o som.