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Congresso terá última palavra sobre indexador das dívidas

O presidente do Senado reforçou que quem dará a última palavra sobre proposta que regulamenta troca de indexador de dívidas será o Congresso

Senador Renan Calheiros: "o governo não pode deixar de regulamentar a lei porque a última palavra do processo legislativo é do Parlamento" (Ueslei Marcelino/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de março de 2015 às 18h13.

São Paulo - O presidente do Senado , Renan Calheiros (PMDB), reforçou na tarde desta quinta-feira, 26m, que o Congresso vai dar a última palavra sobre a proposta que regulamenta a troca do indexador das dívidas de Estados e municípios com a União.

"O governo não pode deixar de regulamentar a lei porque a última palavra do processo legislativo é do Parlamento", disse ao chegar para evento promovido pela bancada feminina do Congresso, na sede da Fiesp, em São Paulo.

"Quando o Executivo não faz a sua parte, suplementarmente o Parlamento vai ter que fazer", completou.

Questionado sobre a avaliação de analistas políticos de que o Brasil estaria vivendo, em tese, um parlamentarismo em razão protagonismo que ele e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), estão tendo na condução de matérias prioritárias para o governo, Renan afirmou que "o Congresso não tem outro caminho a não ser fazer a sua parte, cumprindo o seu papel constitucional".

"O Brasil pode ter certeza que Cunha e eu não vamos abrir mão do nosso papel constitucional", afirmou.

Renan contestou ainda a tese apresentada pelo advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Adams, que disse ontem que o momento para a definição do indexador da dívida das Estados e municípios - e renegociação dos contratos - deve ser definido pela União e não pode ser imposto.

Adams fez essa declaração ao comentar liminar obtida pela prefeitura do Rio de Janeiro que autoriza a quitação da dívida com a União considerando o novo fator de correção, estabelecido em lei sancionada no ano passado, mas ainda não regulamentada. Segundo ele, é "até questionável" que a legislação possa determinar a mudança.

"A dúvida do ministro Adams é maior, a dúvida dele, primeiro, é se o governo pode ou não deixar de regulamentar uma lei aprovada no parlamento", afirmou Renan. "A primeira resposta que nós queremos saber é se o governo pode deixar de regulamentar uma decisão do Congresso. Uma lei aprovada nas duas Casas do Congresso Nacional", reforçou.

O presidente do Senado tergiversou ao ser questionado sobre a possibilidade de o governo recorrer em caso de novas liminares, como a do Rio de Janeiro, e decidiu ressaltar a importância da medida.

"A troca do indexador objetiva que se remunerem os contratos da dívida pública com o mesmo índice, com o mesmo indexador que regula hoje todos os contratos no Brasil", disse. "O que há de se perguntar é se é justo um Estado pobre, um município falido pagar 17% de juros ao mês", completou.

Ontem, Adams afirmou que, enquanto não for regulamentada a questão, a decisão "não pode ser imposta" e por isso a liminar obtida "será objeto de recurso".

Apelo de Levy

Renan concordou ontem em adiar a votação do projeto que obriga o governo a regulamentar em 30 dias a troca do indexador das dívidas de Estados e municípios com a União para a semana que vem após uma reunião com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

A revisão do indexador, se não chega a ameaçar o cumprimento da meta fiscal deste ano, pode prejudicar o ajuste proposto pelo governo num contexto politicamente conturbado em que outras medidas ainda precisam ser apreciadas pelo Congresso.

Um dos argumentos usados por Levy para convencer Renan foi que a mudança beneficiaria apenas os municípios de São Paulo e do Rio. O Estado de Alagoas, governado pelo filho do presidente do Congresso, Renan Filho (PMDB), não teria ganhos substanciais.

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"O governo não pode deixar de regulamentar a lei porque a última palavra do processo legislativo é do Parlamento", disse ao chegar para evento promovido pela bancada feminina do Congresso, na sede da Fiesp, em São Paulo.

"Quando o Executivo não faz a sua parte, suplementarmente o Parlamento vai ter que fazer", completou.

Questionado sobre a avaliação de analistas políticos de que o Brasil estaria vivendo, em tese, um parlamentarismo em razão protagonismo que ele e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), estão tendo na condução de matérias prioritárias para o governo, Renan afirmou que "o Congresso não tem outro caminho a não ser fazer a sua parte, cumprindo o seu papel constitucional".

"O Brasil pode ter certeza que Cunha e eu não vamos abrir mão do nosso papel constitucional", afirmou.

Renan contestou ainda a tese apresentada pelo advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Adams, que disse ontem que o momento para a definição do indexador da dívida das Estados e municípios - e renegociação dos contratos - deve ser definido pela União e não pode ser imposto.

Adams fez essa declaração ao comentar liminar obtida pela prefeitura do Rio de Janeiro que autoriza a quitação da dívida com a União considerando o novo fator de correção, estabelecido em lei sancionada no ano passado, mas ainda não regulamentada. Segundo ele, é "até questionável" que a legislação possa determinar a mudança.

"A dúvida do ministro Adams é maior, a dúvida dele, primeiro, é se o governo pode ou não deixar de regulamentar uma lei aprovada no parlamento", afirmou Renan. "A primeira resposta que nós queremos saber é se o governo pode deixar de regulamentar uma decisão do Congresso. Uma lei aprovada nas duas Casas do Congresso Nacional", reforçou.

O presidente do Senado tergiversou ao ser questionado sobre a possibilidade de o governo recorrer em caso de novas liminares, como a do Rio de Janeiro, e decidiu ressaltar a importância da medida.

"A troca do indexador objetiva que se remunerem os contratos da dívida pública com o mesmo índice, com o mesmo indexador que regula hoje todos os contratos no Brasil", disse. "O que há de se perguntar é se é justo um Estado pobre, um município falido pagar 17% de juros ao mês", completou.

Ontem, Adams afirmou que, enquanto não for regulamentada a questão, a decisão "não pode ser imposta" e por isso a liminar obtida "será objeto de recurso".

Apelo de Levy

Renan concordou ontem em adiar a votação do projeto que obriga o governo a regulamentar em 30 dias a troca do indexador das dívidas de Estados e municípios com a União para a semana que vem após uma reunião com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

A revisão do indexador, se não chega a ameaçar o cumprimento da meta fiscal deste ano, pode prejudicar o ajuste proposto pelo governo num contexto politicamente conturbado em que outras medidas ainda precisam ser apreciadas pelo Congresso.

Um dos argumentos usados por Levy para convencer Renan foi que a mudança beneficiaria apenas os municípios de São Paulo e do Rio. O Estado de Alagoas, governado pelo filho do presidente do Congresso, Renan Filho (PMDB), não teria ganhos substanciais.

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