Congresso encara decisão sobre recesso como prévia
A presidente pode pedir a convocação extraordinária, porém ela precisa ser aprovada pela maioria absoluta da Câmara. Isso serviria de termômetro para o governo
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2015 às 10h09.
Brasília -- A votação da convocação extraordinária do Congresso no recesso de fim de ano servirá como espécie de uma prévia para a aprovação ou não do impeachment da presidente Dilma Rousseff . A avaliação é de deputados ouvidos pelo Estadão. O Palácio do Planalto tem defendido celeridade na análise do pedido de afastamento da presidente, mas, para que isso aconteça, é necessário que os parlamentares trabalhem entre 23 de dezembro e 17 de fevereiro.
Dilma pode pedir a convocação, contudo ela precisa ser aprovada por maioria absoluta da Câmara, por 257 votos a favor, e do Senado, por 42, o que seria um termômetro da adesão ao governo.
Diante do risco de derrota na votação, o núcleo duro do governo ainda hesita sobre a convocação extraordinária. Segundo um auxiliar da presidente, a ideia ainda está em fase de "amadurecimento".
O Planalto não quer ser o condutor do processo, por isso espera que os presidentes Eduardo Cunha (PMDB-RJ), da Câmara, e Renan Calheiros (PMDB-AL), do Senado, se entendam e peçam conjuntamente para o Congresso trabalhar no recesso. Aliados de Cunha são contra a convocação. Renan ainda não sinalizou sua posição.
Na noite de quinta-feira, ele esteve com Dilma, mas não deu detalhes sobre a conversa nem a assessores próximos. "Hoje a tendência é ele (Renan) ficar ao lado de Dilma. Contudo, até o fim de dezembro, ainda muita coisa pode acontecer", contou um auxiliar do presidente do Senado.
Renan passará os próximos dias ouvindo empresários, banqueiros e aliados para sentir o ânimo sobre o impeachment. O mais provável é que ele tome uma decisão a favor ou contra o recesso somente em meados de dezembro. Em relação ao impeachment, a postura do presidente do Senado deverá ser similar. Esperará até o último momento para embarcar ou não na tese de afastamento.
Argumentos
O Planalto prefere acelerar a votação do impeachment, pois avalia ter os votos necessários para barrar o afastamento da presidente. Além disso, o governo também aposta que, durante o período de festas de fim de ano e de férias escolares, não haverá manifestações de rua.
Por fim, deputados governistas ainda calculam que, durante a convocação extraordinária, a oposição terá mais dificuldade para reunir apoio suficiente para derrotar o governo na comissão especial em favor do impeachment.
Na quinta-feira, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, havia defendido a convocação extraordinária do Congresso. Quase que imediatamente, a oposição reagiu. O presidente do PSDB, Aécio Neves , declarou ser a favor do recesso. "Talvez o recesso seja um momento para os parlamentares se encontrarem com as suas bases", defendeu.
Apesar da posição de Aécio, o DEM, por ora, é contra a realização do recesso. "Acho que temos de trabalhar no recesso para fazer o processo de impeachment", disse o líder do partido no Senado, Ronaldo Caiado (GO). "Mas, é claro, se a Dilma quiser a convocação, ela vai ter de convencer a base governista a votar", completou.
Brasília -- A votação da convocação extraordinária do Congresso no recesso de fim de ano servirá como espécie de uma prévia para a aprovação ou não do impeachment da presidente Dilma Rousseff . A avaliação é de deputados ouvidos pelo Estadão. O Palácio do Planalto tem defendido celeridade na análise do pedido de afastamento da presidente, mas, para que isso aconteça, é necessário que os parlamentares trabalhem entre 23 de dezembro e 17 de fevereiro.
Dilma pode pedir a convocação, contudo ela precisa ser aprovada por maioria absoluta da Câmara, por 257 votos a favor, e do Senado, por 42, o que seria um termômetro da adesão ao governo.
Diante do risco de derrota na votação, o núcleo duro do governo ainda hesita sobre a convocação extraordinária. Segundo um auxiliar da presidente, a ideia ainda está em fase de "amadurecimento".
O Planalto não quer ser o condutor do processo, por isso espera que os presidentes Eduardo Cunha (PMDB-RJ), da Câmara, e Renan Calheiros (PMDB-AL), do Senado, se entendam e peçam conjuntamente para o Congresso trabalhar no recesso. Aliados de Cunha são contra a convocação. Renan ainda não sinalizou sua posição.
Na noite de quinta-feira, ele esteve com Dilma, mas não deu detalhes sobre a conversa nem a assessores próximos. "Hoje a tendência é ele (Renan) ficar ao lado de Dilma. Contudo, até o fim de dezembro, ainda muita coisa pode acontecer", contou um auxiliar do presidente do Senado.
Renan passará os próximos dias ouvindo empresários, banqueiros e aliados para sentir o ânimo sobre o impeachment. O mais provável é que ele tome uma decisão a favor ou contra o recesso somente em meados de dezembro. Em relação ao impeachment, a postura do presidente do Senado deverá ser similar. Esperará até o último momento para embarcar ou não na tese de afastamento.
Argumentos
O Planalto prefere acelerar a votação do impeachment, pois avalia ter os votos necessários para barrar o afastamento da presidente. Além disso, o governo também aposta que, durante o período de festas de fim de ano e de férias escolares, não haverá manifestações de rua.
Por fim, deputados governistas ainda calculam que, durante a convocação extraordinária, a oposição terá mais dificuldade para reunir apoio suficiente para derrotar o governo na comissão especial em favor do impeachment.
Na quinta-feira, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, havia defendido a convocação extraordinária do Congresso. Quase que imediatamente, a oposição reagiu. O presidente do PSDB, Aécio Neves , declarou ser a favor do recesso. "Talvez o recesso seja um momento para os parlamentares se encontrarem com as suas bases", defendeu.
Apesar da posição de Aécio, o DEM, por ora, é contra a realização do recesso. "Acho que temos de trabalhar no recesso para fazer o processo de impeachment", disse o líder do partido no Senado, Ronaldo Caiado (GO). "Mas, é claro, se a Dilma quiser a convocação, ela vai ter de convencer a base governista a votar", completou.