Temer: "a CCJ já decidiu que não há autorização, agora é o plenário", afirmou o presidente (Brazil Photo Press / CON/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de agosto de 2017 às 09h10.
Brasília - O presidente Michel Temer disse nesta terça-feira, 1º, que "seguramente" espera uma vitória na votação no plenário da Câmara dos Deputados da denúncia contra ele por corrupção passiva apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) com base nas delações do Grupo J&F. "Quem ganha é o Brasil", afirmou Temer ao ser questionado pela reportagem sobre a previsão da votação de hoje no plenário.
O presidente visitou no início da tarde desta terça-feira, 1° o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), que fez 67 anos. Ele esteve na casa do deputado logo depois de almoçar com mais de 60 parlamentares da bancada ruralista, no Lago Sul, em Brasília. Ao atravessar a rua, o presidente fez a comitiva impedir o trânsito local por alguns instantes para a rápida visita.
Temer ficou menos de cinco minutos no local. Estavam com Heráclito o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho (PSB), e os deputados Benito Gama (PTB-BA), Tadeu Alencar (PSB-PE), Rubens Bueno (PPS-PR), acompanhado do prefeito de Campo Mourão (PR), e Tauillo Tezelli (PPS). Alencar e Bueno são votos contra o presidente.
O PSB deixou a base do governo em maio, logo após a divulgação da delação do empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS. A delação, em que Temer é citado, foi usada como base para a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Apesar da saída do partido da base, Bezerra Coelho permaneceu no governo do peemedebista.
Ao chegar, o presidente cumprimentou Heráclito e disse à reportagem que estava seguro de que derrubará a denúncia: "Com o apoio do Heráclito tudo dá certo", afirmou.
Almoço
Temer não quis almoçar novamente e deu apenas duas garfadas em um doce de bacuri, típico do Piauí, que Heráclito insistiu para que ele experimentasse.
Mais cedo, Temer já havia comentado sobre a decisão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara que aprovou um parecer contra o prosseguimento da denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Quem tem de votar são os que querem destruir aquilo que a CCJ decidiu", afirmou Temer. "A CCJ já decidiu que não há autorização, agora é o plenário", afirmou.
Nesta quarta-feira, 2, a votação em plenário será transmitida pela TV Globo. A emissora informou ontem que a transmissão será iniciada a partir da apresentação do primeiro voto.