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Concursadas acusam comandante da PM do Rio de preconceito

As manifestantes relataram que há três anos foram aprovadas em concurso público da corporação e até o momento não foram chamadas


	Poliicias: a PM informou que comandante apenas disse que a atividade policial, em sua maioria, demanda esforços que são mais afeitos ao gênero masculino  (Marcelo Camargo/ABr)

Poliicias: a PM informou que comandante apenas disse que a atividade policial, em sua maioria, demanda esforços que são mais afeitos ao gênero masculino  (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2014 às 13h29.

Rio de Janeiro – Pelo menos 50 mulheres protestaram, hoje (22), por não terem sido convocadas para ocupar vagas na Polícia Militar (PM).

As manifestantes relataram que há três anos foram aprovadas em concurso público da corporação e até o momento não foram chamadas.

O protesto ocorreu em frente ao quartel-general da PM, no centro da cidade.

Segundo elas, 6,5 mil candidatas aguardam convocação do concurso, feito em setembro de 2010.

De acordo com a porta-voz do grupo, Tássia Costa, nos últimos três anos cerca de 24 mil candidatos do sexo masculino foram aprovados, enquanto 3.945 mulheres foram convocadas pela PM.

"Não houve proporcionalidade no momento da convocação dos candidatos. o estado não quer mulher na corporação. Infelizmente, existe um preconceito muito grande no meio militar com as mulheres", disse Tássia.

A porta-voz do grupo também acusou o comandante-geral da PM, Luiz Castro, de discriminação. Segundo ela, o comandante disse, em reunião na última sexta-feira (10), que as mulheres "não teriam capacidade física e mental para serem policiais".

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) informou que enviará ofícios à Secretaria Estadual da Casa Civil, à Secretaria de Planejamento e à Corregedoria da Polícia Militar, pedindo esclarecimentos a respeito da possível discriminação sofrida pelas mulheres para ingressar na corporação.

Em nota, a PM informou que não comentará a decisão da comissão.


Sobre a reunião com as mulheres, a polícia destacou que o comandante-geral, Luiz Castro, estimulou a participação delas no concurso que será aberto em maio ou junho deste ano.

Com relação as acusações de discriminação, o comandante nega a informação e disse, segundo a nota, que não admite qualquer tipo de preconceito ou discriminação por gênero.

A PM informou que o comandante apenas disse que a atividade policial, em sua maioria, demanda esforços que são mais afeitos ao gênero masculino.

A polícia também disse que até o momento, foram convocados 11.500 homens e 1.500 mulheres do concurso de 2010, e que o número de 24 mil homens e 3.945 mulheres não está correto.

O critério é definido em edital pela Administração Pública, de acordo com as demandas que a Segurança Pública exige.

A polícia ressaltou que, desde 2007 até janeiro de 2014, houve aumento de 89 % do efetivo feminino: em 2007, o PM contava com um efetivo feminino era de 2.034. Agora, a corporação têm 3.850 mulheres. E segundo a PM, vai aumentar.

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