Brasil

Concentração no setor de saúde preocupa o Cade

Conselho começa a dar mais atenção ao setor, especialmente depois da crescente quantidade de ofertas públicas de ações

Entre os processos de concentração do setor de saúde, está a fusão entre Amil e Medial, ocorrida no ano passado (Divulgação)

Entre os processos de concentração do setor de saúde, está a fusão entre Amil e Medial, ocorrida no ano passado (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

Brasília - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) acendeu a luz amarela para os movimentos de consolidação de empresas no setor de saúde. O órgão antitruste aprovou dois atos de concentração na área, mas mostrou-se preocupado com a célere modificação da estrutura do setor. "Precisamos dar mais atenção a esse processo de consolidação. Não temos ainda preocupação muito grande neste momento, mas entendo o processo como muito rápido e, em breve, teremos confronto", previu o conselheiro Ricardo Ruiz.

O conselheiro destacou que identificou o início mais forte das mudanças há dois anos, com a crescente quantidade de ofertas públicas de ações no mercado financeiro. "Vemos processo de verticalização em várias direções", sintetizou. Por isso, de acordo com ele, é preciso ter atenção não apenas em relação a serviços hospitalares ou planos de saúde, mas também em outros serviços que circulam em torno desses segmentos, como os laboratórios de análises clínicas, por exemplo.

Segundo Ruiz, nos anos 90, um grande grupo da área de saúde tentou verticalizar suas operações, mas depois voltou atrás. Agora, esse grupo tem mostrado interesse novamente em ampliar sua atuação. "Temos incerteza sobre a estruturação desse setor: escala, escopo, grau de verticalização, etc. Isso tem alguma força no setor e é relevante, pois não se tenta mesma coisa duas vezes", argumentou. "Teremos complexidade adiante."

O relator dos dois casos aprovados hoje pelo Cade, conselheiro Carlos Ragazzo, salientou ser necessário identificar o padrão de concorrência para o próximo milênio para os planos de saúde e como isso poderá ter impacto de entrada para novas empresas que queiram atuar no setor. Ele argumentou ser preciso aprofundar o conhecimento do setor, do plano de saúde até a farmácia. "A verticalização não se limita a planos de saúde de hospital, está indo a passos além disso", observou.

O primeiro caso da área aprovado hoje foi o ato de concentração entre a Medial Saúde e o Grupo Amesp. A operação consiste da aquisição de 100% do capital social das sociedades do Grupo Amesp pela Medial Saúde e o Hospital Alvorada Taguatinga. As empresas atuam na comercialização de planos de assistência à saúde e na prestação de serviços médico-hospitalares.

O outro é um ato de concentração entre a Amico Saúde e Life System Assistência Médica. Trata-se de operação de aquisição, pela Amico, da totalidade das cotas da Life, Emed Serviços Médicos Hospitalares, Hospital Metropolitano e Life System Serviços Médicos Ambulatoriais e Diagnósticos. As empresas atuam principalmente na prestação de serviços ligados à saúde.

Leia mais notícias sobre o Cade

Siga as notícias do site EXAME sobre Economia no Twitter

Acompanhe tudo sobre:CadeConcorrênciaServiçosServiços de saúdeSetor de saúde

Mais de Brasil

Ministro da Justiça reage a caso de jovem baleada pela PRF: 'obrigação de dar exemplo'

Morre Roberto Figueiredo do Amaral, executivo da Andrade Gutierrez

Desabamento e veículos arrastados: véspera de natal é marcada por chuvas em BH

Avião desaparece no AM e mãe de piloto faz apelo por buscas do filho nas redes sociais