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Como seria o governo sem as desonerações, questiona Dilma

Presidente defendeu a política industrial do seu governo durante sabatina da CNI

Dilma participa do diálogo da Indústria com candidatos à Presidência, em Brasília (Ichiro Guerra/Divulgação)

Dilma participa do diálogo da Indústria com candidatos à Presidência, em Brasília (Ichiro Guerra/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2014 às 16h40.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quarta-feira a política industrial do governo e questionou o que teria ocorrido caso não ela não tivesse implementado as desonerações e ampliado o crédito oficial para o setor, após seus principais adversários na disputa eleitoral terem critica a postura em relação à indústria no mesmo evento da CNI.

"Muitos hoje acreditam que política industrial é um equívoco e que indústria deve ser deixada ao sabor das flutuações de mercado", disse a presidente, que disputa a reeleição, em relação aos seus adversários Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) durante sua apresentação a empresários na Confederação Nacional da Indústria.

Dilma afirmou que num eventual segundo governo manterá as iniciativas já adotadas na política industrial, como as desonerações, a políticas de compras governamentais com preferência para produtos nacionais e o crédito público para projetos industriais.

"Como seria se não tivéssemos adotado medidas anticíclicas, como estaria nossa indústria se não tivéssemos promovido o maior volume de desoneração tributária das últimas décadas, promovido a expansão do crédito?", questionou Dilma.

Mais cedo, Aécio e Campos disseram que o governo desorganizou o setor, criou desequilíbrios e prejudicou a competitividade da indústria, adotando inclusive uma política externa prejudicial para as exportações.

Dilma rebateu parte dessas críticas dizendo que elas são fruto do pessimismo. "A pior coisa que pode acontecer quando há uma crise... em qualquer atividade, em especial na atividade econômica, a pior coisa a fazer é ficar pessimista", disse.

"De maneira alguma deixamos que nossa economia tivesse comprometimento grave por conta da crise."

A presidente não apresentou detalhes do seu projeto para o setor industrial num eventual segundo mandato, mas listou suas prioridades.

"Constante aprimoramente dos modelos de regulação, que já têm mais de décadas; promoção de mercado privado de crédito de longo prazo e desenvolvimento de garantias para financiamento de grandes obras; e aprimoramento dos processos de licenciamento ambiental", afirmou Dilma.

Mais cedo, Aécio defendeu um real mais desvalorizado e uma revisão do tratado do Mercosul, entre outras medidas, para melhorar a competitividade industrial no país.

Antes dele, Campos disse que enviará ao Congresso um projeto de reforma tributária na primeira semana de governo e que defenderá a regulamentação da terceirização no mercado de trabalho.

A CNI apresentou aos candidatos 42 estudos que, na avaliação do setor, podem melhorar a competitividade da indústria, se as medidas sugeridas forem adotadas. A indústria tem registrado queda no nível da atividade e perda de postos de trabalho.

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