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Como Aécio retomou o fôlego na disputa aos 45 do 2º tempo

Ao passar Marina Silva pela primeira vez nas últimas pesquisas eleitorais, Aécio Neves (PSDB) trouxe ainda mais incerteza sobre o resultado das eleições de hoje

Os tucanos Geraldo Alckmin e Aécio Neves em caminhada de campanha (Marcos Fernandes / Coligação Muda Brasil)
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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2014 às 13h20.

São Paulo – As últimas pesquisas de intenção de voto antes do primeiro turno reviraram - mais uma vez – o tabuleiro das eleições 2014 . Aécio Neves (PSDB) ultrapassou pela primeira vez a candidata Marina Silva (PSB), depois de sua ascensão meteórica.

As estimativas divulgadas nesse sábado são uma boa notícia para o tucano, que antes permancia fora da briga pelo segundo turno. Mas elas ainda não confirmam sua presença no duelo decisivo contra Dilma Rousseff (PT).

Para a cientista política Maria do Socorro Braga, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), o desempenho de Aécio na campanha melhorou durante a reta final, mas a demora do PSDB em apresentar propostas específicas, ao invés de ideias gerais, pode ser vistas como erro de estratégia.

“A oposição jamais poderia pensar na vitória sem uma proposta concreta para o Brasil. Aécio só começou a fazer isso quando se sentiu realmente ameaçado por Marina Silva”, diz a professora.

Segundo Maria do Socorro, no entanto, Aécio se saiu bem no último debate realizado pela TV Globo, o que pode ter ajudado a angariar o voto de eleitores indecisos.

“As pessoas se interessam mais pelo último debate, no qual ele foi mais incisivo. Aécio também já anunciou quem seria seu ministro da Fazenda [Armínio Fraga], e esta é uma sinalização clara para o mercado sobre sua proposta de governo”, afirma.

Aécio X Marina

De acordo com a cientista política, a aproximação de Marina Silva com a direita, ao seguir a linha do PSB de Eduardo Campos, se apresentou como alternativa para os eleitores do PSDB que não se identificavam com a figura de Aécio Neves.

Mas parte desses votos pode ter voltado para o candidato tucano devido ao receio de que Marina enfrente dificuldades para governar sem uma base aliada sólida, caso seja eleita.

“Marina apresentou uma proposta muito parecida à linha do PSDB, mais à direita. Com isso, ela pode ter perdido o voto do seu próprio eleitor, que é mais esquerdista”, diz.

Alckmin para presidente?

Indo ou não para o segundo turno, Aécio sairá enfraquecido destas eleições caso perca em seu próprio estado, Minas Gerais, o que tem grande chances de acontecer. Mas se Aécio perder de Marina, enfrentará um problema maior dentro do PSDB, que já se dividiu quando a sua candidatura foi lançada.

“Não há mais no PSDB uma liderança de projeção nacional como Fernando Henrique Cardoso, que provavelmente não disputará mais nenhum cargo. Se Aécio não for para o segundo turno, Geraldo Alckmin pode surgir como o próximo nome para a Presidência, pois deve levar mais uma vez o governo de São Paulo já no primeiro turno”, afirma a professora.

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