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Comitê nega plano da Sabesp e corta água do Cantareira

Até o dia 15 deste mês, a Sabesp não poderá retirar mais do que 19,7 mil litros por segundo dos quatro principais reservatórios


	Sistema de captação de água do sistema de abastecimento Cantareira na represa de Jaguari
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Sistema de captação de água do sistema de abastecimento Cantareira na represa de Jaguari (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2014 às 08h27.

São Paulo - O comitê anticrise que monitora o Sistema Cantareira rejeitou, pela segunda vez, o plano de contingência apresentado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para operar o manancial pelos próximos cinco meses.

Ao mesmo tempo, os órgãos reguladores decidiram reduzir em 8,4% a vazão máxima que a empresa pode retirar das represas para abastecer, hoje, cerca de 7,3 milhões de habitantes da Grande São Paulo.

Agora, até o dia 15 deste mês, a Sabesp não poderá retirar mais do que 19,7 mil litros por segundo dos quatro principais reservatórios.

Esta foi a primeira redução imposta pela Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, e pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), do governo paulista, com um limite inferior a que a Sabesp já vinha praticando.

Em junho, a empresa retirou, em média, 19,9 mil litros por segundo. Antes da crise, eram captados 30 mil litros.

Na proposta feita ao comitê, intitulada "Plano de Contingência II", a Sabesp queria retirar 20,9 mil litros neste mês. Até o fim de novembro, a empresa pleiteava retirada média de 21,2 mil litros.

Em comunicado divulgado ontem, o grupo técnico "concluiu não ser possível, com o atual volume disponível de 197,5 milhões de m³ (bilhões de litros), o atendimento das vazões pretendidas (pela Sabesp) até o horizonte de planejamento considerado de 30 de novembro de 2014".

Na prática, os técnicos alegam que, em um cenário no qual o volume de água que chega aos reservatórios do Cantareira tem correspondido a apenas 50% das mínimas históricas, a capacidade disponível hoje no manancial, mesmo com a parcela adicional do chamado "volume morto", seria insuficiente para atender à quantidade de água pedida pela Sabesp.

Conforme o Estado antecipou, junho foi o mês mais seco do manancial em 84 anos, com vazão afluente 46% inferior à pior já registrada.

Cálculos

O grupo pediu para que a Sabesp faça uma "reavaliação". Em maio, técnicos do comitê pediram que a empresa usasse um cenário mais "desfavorável" nas projeções.

Segundo cálculo da Sabesp, e antecipado pelo Estado, com vazão afluente 50% abaixo da mínima histórica, os 182,5 bilhões de litros que estão sendo retirados do "volume morto" podem acabar em 27 de outubro.

A Sabesp solicitou aos órgãos reguladores a retirada de mais 100 bilhões de litros da reserva profunda (4o0 bilhões no total). O pedido ainda é analisado.

Em nota, a Sabesp afirma que "as vazões determinadas pelos órgãos reguladores são suficientes para garantir o abastecimento da população da Grande São Paulo até meados de março de 2015". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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