Comissária de voo da Chapecoense não tem como pagar hospital
Apenas Ximena e um outro tripulante da companhia aérea LaMia, o mecânico Erwim Tumiri, resistiram ao acidente, além de três jogadores brasileiros
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de janeiro de 2017 às 21h00.
Última atualização em 15 de janeiro de 2017 às 09h13.
São Paulo - A comissária de voo Ximena Suárez, única mulher que sobreviveu à queda do avião que levava o elenco da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana, no dia 29 de novembro do ano passado, na Colômbia, revelou estar em situação difícil pouco mais de um mês após a tragédia. Ela afirmou que está sendo cobrada pelo hospital onde foi socorrida, e que não tem condições de arcar com a conta.
Apenas Ximena e um outro tripulante da companhia aérea LaMia, o mecânico Erwim Tumiri, resistiram ao acidente, além dos três jogadores brasileiros - o lateral Alan Ruschel, o zagueiro Neto e o goleiro Jackson Follmann - e um jornalista, Rafael Henzel. A aeromoça afirmou que inesperadamente está sendo cobrada pela clínica Somer, em Medellín, por conta da agência seguradora do voo, que não pagou o que deveria.
"Fico triste em saber que o pessoal do meu país não me ajuda. Sugeriram que eu pressionasse para ver quais são as novidades, porque até agora não há resposta", explicou Ximena, em entrevista à TV boliviana Unitel. "Em nenhum momento ninguém da empresa se aproximou para oferecer ajuda. Estou em contato direto com a clínica, que sempre me questiona sobre o pagamento".
Por meio do seu advogado, a aeromoça deverá acionar a companhia seguradora pela omissão no caso. "O voo tinha um seguro da agência Bisa no valor de US$ 25 milhões, mas nem sequer pagaram a conta do hospital. Neste momento Ximena está devendo um valor próximo de 13 mil dólares e eles (a seguradora) não querem nem entregar a cópia do seguro, eles se recusam", explicou Carlos Subirana, que representa judicialmente a comissária.
"Estamos apresentando uma denúncia contra os executivos da Bisa para que o Ministério Público exija a sua apreensão. Para que eles cumpram com responsabilidades não só com ela, mas também com as outras vítimas do acidente", afirmou Subirana, lembrando das 71 pessoas que morreram no acidente e dos demais sobreviventes.