Juscelino Kubitschek acenando num Fusca conversível: ex-presidente governou país entre 1955 e 1960 e morreu no dia 22 de agosto de 1976, em acidente na Via Dutra (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2013 às 18h41.
São Paulo - A Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, nominada "Comissão Vladimir Herzog" e liderada pela Câmara Municipal, anunciou nesta segunda-feira que amanhã apresentará um relatório inédito no qual denunciará que o ex-presidente Juscelino Kubitschek foi assassinado em um atentado durante a ditadura militar.
"Não temos dúvidas que Juscelino Kubitschek foi vítima de conspiração, complô e atentado político", afirmou hoje em comunicado o vereador Gilberto Natalini, presidente da comissão.
Dita comissão foi a responsável por investigar a morte do ex-presidente, que governou o país entre 1955 e 1960, e morreu no dia 22 de agosto de 1976 em um acidente na Via Dutra, quando viajava com seu motorista de São Paulo ao Rio de Janeiro.
No Brasil, vários comitês para revisar episódios da ditadura foram abertos em estados e municípios, depois que a presidente Dilma Rousseff instalou em 2012 a Comissão da Verdade, que deve entregar no próximo ano um relatório final sobre os crimes do regime militar.
A inédita denúncia sobre o caso de Kubitschek será informada amanhã em cerimônia na qual, segundo disse à agência Efe um porta-voz da comissão, será apresentado um documento de 29 páginas com as provas e testemunhos recolhidos pelos vereadores ao longo de 2013.
No mês passado, o governo brasileiro ordenou perícias nos restos do ex-presidente João Goulart, derrubado no dia 31 de março de 1964 por um golpe militar, para determinar se foi envenenado pela Operação Condor, a coordenação das ditaduras sul-americanas na década de 1970.
Goulart morreu em 6 de dezembro de 1976 durante seu exílio na província argentina de Corrientes, próxima à fronteira com o Brasil e em novembro recebeu honras de Estado por parte de Dilma.