Operação da Fábrica de Blocos na Mina do Pico, produzidos a partir de rejeitos da mineração, no Complexo Vargem Grande da Vale, em Minas Gerais. (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 19h33.
Mais uma reunião extraordinária do Conselho de Administração da Vale, para discutir o futuro do atual CEO da mineradora, Eduardo Bartolomeo, terminou sem uma definição nesta quinta-feira, 15.
Em nota à imprensa, a companhia informou que “a reunião terminou de forma inconclusiva e o Conselho voltará a se reunir nos próximos dias em busca de uma definição sobre o assunto”.
O mandato de Bartolomeu vai até 26 de maio próximo. A companhia já informou publicamente que tem até o fim do mandato para decidir se o atual CEO terá o contrato renovado ou se será substituído.
No último dia 2, outra reunião extraordinária do Conselho para tratar do tema já havia terminado sem uma definição. Na ocasião, os conselheiros se reuniram em torno da apresentação de um relatório de avaliação de desempenho de Bartolomeo. O documento sugere que seja feito um processo seletivo para o cargo, com a possibilidade de que o atual CEO participe, disse uma fonte na ocasião, pedindo anonimato.
Janeiro foi um mês decisivo para a sucessão da Vale por causa da proximidade do fim do mandato de Bartolomeo. A possibilidade de trocar o CEO inflamou as disputadas entre os acionistas da mineradora, marcadas pela necessidade de enfrentar as consequências da tragédia de Brumadinho (MG) – onde, cinco anos atrás, o rompimento de uma barragem de rejeitos deixou 270 mortos – e acirradas por uma reestruturação que transformou a empresa numa corporação, sem controle definido, em novembro de 2020.
Além disso, o fim do mandato de Bartolomeo se aproxima no contexto em que a Vale ganhou um novo acionista relevante, o gigante do etanol e açúcar Cosan, com pouco menos de 5%, e em que houve mudança no Palácio do Planalto.
Desde o início do terceiro governo Lula, circula nos bastidores a informação de que o presidente gostaria de indicar o ex-ministro Guido Mantega como CEO da Vale, embora a influência direta do governo federal sobre a mineradora tenha diminuído após a reestruturação de 2020. Mês passado, o governo federal elevou a pressão política sobre a companhia, até que, no último dia 26, sinalizou – também nos bastidores – que desistiu da ideia.