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Com suspensão de ação contra Samarco, famílias temem impunidade

Integrante da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens, Joceli Andrioli disse que a Justiça trata o povo "como bobos"

Mariana: representantes de movimentos e integrantes de comissões se disseram surpresos com a medida judicial (Ricardo Moraes/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de agosto de 2017 às 08h38.

São Paulo - A reação de ativistas e pessoas diretamente afetadas pela tragédia diante da suspensão do processo foi de indignação. Representantes de movimentos e integrantes de comissões se disseram surpresos com a medida judicial, que, para eles, demonstra impunidade em relação ao rompimento da barragem.

Integrante da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens, Joceli Andrioli disse que a Justiça trata o povo "como bobos". "Estamos estarrecidos de ver essa completa inoperância da Justiça . Parece de fato que a tendência é se fazer vista grossa em relação a grandes empresas que cometeram o maior crime social e ambiental dos últimos tempos", disse.

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Andrioli sustentou que as provas do processo vão muito além das escutas e são suficientes para que os acusados sejam condenados. "Espero que a sensatez retorne a esse processo porque há necessidade de punição exemplar para que fatos semelhantes não voltem a acontecer no nosso País", completou.

A posição foi compartilhada por Thiago Alves, integrante da comissão de atingidos de Barra Longa, segunda cidade a ser afetada pela lama da barragem. "Existe um sentimento coletivo de total descrença com a Justiça e a certeza da impunidade das mineradoras. O clima é de uma grande indignação", disse. Alves disse que cobrará do Ministério Público Federal (MPF) medidas para tentar reverter a decisão. "O mínimo que esperamos é essa responsabilização."

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