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Com R$ 1 bi em investimentos, SPIC inaugura parque solar no Ceará

O parque tem capacidade instalada de 292 MW, o que pode abastecer cerca de 350 mil residências por ano

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 21 de junho de 2024 às 06h04.

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A SPIC Brasil, empresa chinesa de energia, e a Recurrent Energy, subsidiária da Canadian Solar Inc., inauguraram nesta quarta-feira, 19, o Complexo Solar Panati, na cidade de Jaguaretama, no Ceará. O investimento total no parque foi de aproximandamente R$ 1 bilhão. O evento contou com a presença do governador do estado, Elmano de Freitas (PT). 

O parque tem capacidade instalada de 292 MW, o suficiente para abastecer 350 mil residências por ano. O empreendimento é formado por oito subparques com 446 mil módulos solares, 4.345 trackers e 1.102 inversores em uma área total de 741 hectares — 565 deles de área construída.

Essa é a segunda inauguração de um parque solar das empresas no Brasil em menos de um mês. No início de junho, a SPIC Brasil e a Recurrent Energy inauguraram o Complexo Solar Marangatu, em Brasileira, no Piauí.

As duas unidades somam um investimento da SPIC de mais de R$ 2 bilhões, e formam o quarto maior complexo solar do país, com 778 megawatts. A empresa afirma que 75% da energia assegurada do complexo está comprometida por meio de PPAs (contratos de compra de energia) de longo prazo, e a energia restante será vendida no mercado livre.

Durante a obra foram gerados cerca de 1.400 empregos diretos. A região é conhecida por possuir parques eólicos e fazendas solares. De acordo com o governo do Ceará, a área tem capacidade instalada de energia fotovoltaica (geração centralizada) de 1.252 MW, distribuídos em 51 empreendimentos. Outros 428 empreendimentos solares estão construção ou em fase de projeto e devem gerar cerca 16.620 MW.

Lin Guixiang, presidente do Conselho da SPIC, disse que o investimento nos complexos solares é o maior da empresa no exterior. "A SPIC caminha para ser a maior empresa de energia limpa do mundo", disse Guixiang durante a inauguração.

Hidrogênio verde

Adriana Waltrick, CEO da SPIC Brasil, afirmou que a empresa tem interesse em novos projetos no Brasil, principalmente aqueles ligados ao hidrogênio verde (H2V). A empresa chinesa tem memorandos assinados para H2V para projetos no Porto Pecém, na região metropolitana de Fortaleza, e no Porto do Açu, no Rio de Janeiro. O marco legal do tema tramita no Congresso Federal.

"Em breve podemos anunciar projetos solares e de hidrogênio verde. Temos toda a modelagem econômica e financeira, localização dos projetos e quem serão os compradores, faltam as condições de regramento e da regulação brasileira", disse Waltrick.

Governador Elmano de Freitas com os representantes da SPIC e Recurrent Energy (Carlos Gibaja/ Governo do Ceará/Flickr)

Em fala após o evento, o governador do estado, Elmano de Freitas, ressaltou a importância do hidrogênio verde para a mudança da matriz energética do Brasil e para a economia do Ceará.

"Temos que ter muita unidade e compreensão de que todos aqueles que possam contribuir para a produção de hidrogênio verde devem ser aproveitados num grande projeto para garantir energia para a economia planetária", disse Freitas.

No Brasil desde 2015, a SPIC já opera em geração térmica, hídrica e eólica, e agora avança sua atuação para incluir energia solar no seu portfólio. A Companhia passa a contar com aproximadamente 4 GW (3.844,2 MW) de capacidade instalada de ativos em operação no país. No mundo, a SPIC é a maior geradora solar, com aproximadamente 71 GW de capacidade instalada.

O repórter viajou a Jaguaretama a convite da SPIC Brasil

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