Com alta de Bolsonaro, governo começa para valer
Estão à espera do presidente temas como a reforma da Previdência, indicações de cargos e a formação de uma base governista no Congresso
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2019 às 07h04.
Última atualização em 13 de fevereiro de 2019 às 13h22.
Após duas semanas internado para a retirada de uma bolsa de colostomia, o presidente Jair Bolsonaro teve alta nesta quarta-feira e deixou o hospital Albert Einstein, em São Paulo. Agora, devem ganhar tração temas importantes como a reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro, mas também temas que ficaram em banho maria nos últimos dias, como nomeações para ministérios e a indicação do líder do governo no Senado.
Segundo o jornal O Globo, está pendente a reestruturação do quadro de servidores, com a extinção de 21.000 cargos comissionados. No Congresso, deputados e senadores esperam o retorno do presidente para a formação de uma base mais sólida de governo, que atualmente conta apenas com apoio do PR.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a alta hospitalar fez com que ministros adiassem viagens previstas. Gustavo Bebbiano, ministro-chefe da Secretaria-Geral, adiou uma viagem de três dias para a Amazônia. A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também iriam ao Pará. O adiamento vem um dia depois de Ricardo Salles se envolver em polêmica após criticar o líder ambientalista Chico Mendes em entrevista à TV Cultura, na noite de segunda-feira.
Mas a volta de Bolsonaro traz outro tipo de preocupação para integrantes do governo. O presidente deve ser o fiel da balança para uma série de temas que começam a surgir impondo as promessas de campanha e a agenda liberal às pressões do dia-a-dia. Ontem, o presidente usou o Twitter para comemorar o aumento do imposto de importação de leite em pó da União Europeia. Era uma demanda da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que bate de frente com a agenda de abertura defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes
Guedes e sua equipe também são defensores de uma reforma da Previdência rígida. A ver como este e outros temas importantes se definem no mundo real de Brasília com a volta do presidente.