Centro de distribuição da Netshoes, em Barueri (SP): entregar artigos como roupas demanda mais agilidade do que eletrônicos (Germano Lüders/Exame)
Carla Aranha
Publicado em 6 de dezembro de 2020 às 14h16.
Última atualização em 6 de dezembro de 2020 às 14h32.
Entre janeiro e agosto, no auge da pandemia, o município paulista de Barueri, com 277.000 habitantes, perdeu apenas 137 empregos. A cidade manteve a média de 1,57 vaga de trabalho por habitante economicamente ativo, um recorde entre as cidades com mais de 100.000 habitantes.
Barueri também conseguiu expandir o comércio, umas de suas principais atividades econômicas. O número de estabelecimentos atacadistas cresceu 7,2% nos primeiros oito meses do ano.
Esse conjunto de bons resultados fez de Barueri a cidade campeã no ranking do setor de comércio da Urban System. Foram analisados 11 indicadores, como a expansão da quantidade de lojas, a proporção de empregos com remuneração superior a cinco salários mínimos e a criação de vagas no setor comercial.
Com mais postos de trabalho do que profissionais disponíveis para preenchê-los (o que atrai gente das cidades vizinhas), o mercado de trabalho em Barueri não chegou a sofrer derrotas durante os reveses econômicos deste ano.
Nada disso aconteceu à toa. Há 15 anos a cidade se empenha em desburocratizar a condução dos negócios locais — o que garantiu destaque ao município em edições anteriores do ranking da Urban Systems.
Desde 2005 os alvarás para o funcionamento de novos estabelecimentos podem ser obtidos de forma online. Depois da grave crise econômica que atingiu o país entre 2014 e 2017, a cidade também investiu em programas de recolocação profissional, como um banco de empregos que conta com milhares de currículos cadastrados.
A estratégia de manter uma das alíquotas mais baixas do imposto sobre serviço (ISS) do estado de São Paulo, ao redor de 2% a 3%, é outro fator que tem se revelado essencial para a atração de investimentos no comércio. Cortada pelo rodoanel, que conecta dez rodovias, Barueri se tornou sede de grandes empresas varejistas, como Walmart, e de centros de distribuição de mercadorias, entre eles o do Mercado Livre, empresa mais valiosa da América Latina.
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