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Com desafios, Rio abre Olimpíada após espera de 7 anos

Na cerimônia noturna no lendário estádio do Maracanã, o Brasil irá declarar aberta a 31ª Olimpíada e primeira realizada na América do Sul


	Rio: os organizadores esperam que o início do evento poliesportivo apague meses de publicidade negativa para o Rio
 (Ricardo Moraes / Reuters)

Rio: os organizadores esperam que o início do evento poliesportivo apague meses de publicidade negativa para o Rio (Ricardo Moraes / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2016 às 10h46.

Rio de Janeiro - Com um pouco de bagunça e correria com preparativos de última hora, a cidade do Rio de Janeiro está pronta para saborear nesta sexta-feira um momento que levou sete anos para se concretizar: a abertura da Olimpíada.

Na cerimônia noturna no lendário estádio do Maracanã, o Brasil irá declarar aberta a 31ª Olimpíada e primeira realizada na América do Sul, que vai até 21 de agosto.

Os organizadores esperam que o início do evento poliesportivo apague meses de publicidade negativa para o Rio – das águas poluídas e do encanamento defeituoso na Vila dos Atletas aos temores do Zika vírus –, tudo isso tendo como pano de fundo uma recessão econômica brutal.

Os desafios com a segurança são a principal preocupação de muitas pessoas, não somente por causa da reputação do Rio de cidade assolada por crimes urbanos violentos, mas também por causa de uma série recente de ataques mortíferos em comemorações grandes e pequenas desde a Europa até os Estados Unidos.

Com a presença de muitos dos 11 mil atletas e dezenas de chefes de Estado, o primeiro grande teste para os preparativos acontecerá no Maracanã, onde será realizada a maior operação de segurança dos Jogos.

Cerca de 50 mil espectadores são esperados, e mais de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo irão acompanhar pela televisão a ocasião em que o Brasil irá sediar seu segundo grande evento esportivo em dois anos depois da Copa do Mundo de 2014.

"Acho que vai ser ótimo", disse Braulio Ferreira, de 38 anos, dono de uma pequena loja no bairro Jardim Botânico, próximo da lagoa Rodrigo de Freitas, onde serão realizadas as provas de remo e canoagem.

"Como na Copa, será ótimo dar uma grande festa e se misturar com pessoas de todo canto."

Como muitos cariocas, porém, Ferreira disse que os cidadãos não colheram benefícios, como transporte e saneamento melhores, prometidos durante a candidatura olímpica: "Custou muito dinheiro, mas não vejo muita coisa do legado que prometeram".

A crise política pode entrar de penetra na festa, já que o presidente interino Michel Temer irá abrir os Jogos.

Com o país dividido, manifestantes estão incentivando os espectadores a vaiarem Temer, que assumiu o cargo após afastamento presidente eleita, Dilma Rousseff.

Quando o Rio ganhou o direito de sediar a Olimpíada, em 2009, o país vivia um bom momento econômico, mas agora a economia caminha para sua pior recessão em um século, e a expectativa é de que Dilma seja afastada da Presidência de forma permanente ainda este mês.

No que os organizadores classificaram como uma cerimônia de abertura sem grandes sofisticações, por culpa da situação econômica, o Brasil irá exibir seus tesouros naturais e as riquezas culturais criadas por uma das nações mais diversas do mundo.

Samba, carnaval e o famoso espírito brasileiro são esperados na cerimônia de três horas de duração, assim como um pedido para salvar o planeta das mudanças climáticas.

Um dos momentos mais aguardados é a espera para saber quem irá acender a pira olímpica.

O favorito é Pelé. Um porta-voz do tricampeão mundial disse que ele recebeu autorização médica e de seus patrocinadores, mas a lenda do futebol, de 75 anos, está aguardando para ver se irá se sentir bem o suficiente.

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