Maduro: os países vizinhos se reúnem no Peru para debater a crise venezuelana (Carlos Garcias Rawlins/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 8 de agosto de 2017 às 06h31.
Última atualização em 8 de agosto de 2017 às 09h44.
Com a Venezuela no auge de sua crise interna, o grupo de chanceleres dos países vizinhos reúne-se nesta terça-feira, em Lima, no Peru, para definir novas ações em conjunto. O governo peruano convocou a reunião, que terá participação do ministro brasileiro Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), crítico do regime de Nicolás Maduro. As atenções estão justamente na participação do Brasil, pois o país tem agora o papel fundamental de conciliador nas negociações dentro do continente por ter assumido no mês passado a presidência do Mercosul.
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Sobram tensões. Na segunda-feira, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou que a coalizão de opositores, nomeada Mesa da Unidade Democrática, não poderia disputar eleições para governador em sete dos 23 estados do país. Do outro lado do espectro político, hackers invadiram as páginas de órgãos e entidades públicas venezuelanas em protesto e como forma de convocar manifestações contra o governo. Antes, no sábado, o Mercosul decidiu suspender a Venezuela do bloco e a procuradora-geral do país, Luisa Ortega, foi afastada do cargo. Até o momento, mais de 130 pessoas morreram em manifestações contra o governo.
Em nota, o governo brasileiro diz que aproveitará a oportunidade para ressaltar que “as últimas ações do governo de Nicolás Maduro, como a convocação de uma assembleia constituinte ilegítima, confirmaram, uma vez mais, a ruptura da ordem democrática no país vizinho”. O texto segue dizendo que o grupo de países acredita na “restauração da democracia, das liberdades individuais e da paz social na Venezuela, por meio do diálogo e da negociação”.
O clima para isso não é dos melhores. Desde março, quando Aloysio e a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, trocaram farpas, os países subiram o tom um contra o outro. Nesta segunda, o vice Diosdado Cabello disse que o país retornará ao Mercosul “quando a democracia voltar a Brasil, Argentina e Paraguai”. Mais um sinal da negação da realidade que tem marcado o governo de Nicolás Maduro.