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Com baixa umidade, crescem atendimentos em hospitais de SP

No Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, a procura por atendimento aumentou quase 40%


	Vista da zona norte de São Paulo: na tarde de segunda-feira, a umidade relativa do ar chegou a 32% na cidade, enquanto o ideal para a saúde é ficar acima dos 60%
 (Quatro Rodas/ Rafael Cusato)

Vista da zona norte de São Paulo: na tarde de segunda-feira, a umidade relativa do ar chegou a 32% na cidade, enquanto o ideal para a saúde é ficar acima dos 60% (Quatro Rodas/ Rafael Cusato)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2012 às 10h00.

São Paulo – Há mais de um mês sem chuvas significativas e com baixa umidade relativa do ar, a capital paulista registra este mês aumento no número de atendimentos em hospitais. Na tarde de ontem (20), a umidade relativa do ar chegou a 32% e a capital ficou em estado de observação, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE). O ideal para a saúde é que a umidade fique acima dos 60%, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Entre as consequências do tempo seco estão o agravamento de doenças respiratórias, infecções das vias aéreas e viroses e ardência e ressecamento nos olhos, boca e nariz. No Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, a procura por atendimento aumentou quase 40%. Segundo o diretor da unidade, Antônio Carlos Madeira, enquanto em dias comuns são atendidas cerca de 130 crianças, em dias de baixa umidade esse número passa para 180.

“Nós não temos um parâmetro fixo, mas observamos que, em períodos com muitos dias sem chover e em que a umidade do ar cai muito, o movimento cresce em função de doenças respiratórias. De um mês para cá, o movimento tem sido maior do que o habitual. O que as crianças têm nessa época são gripes, resfriados, dores de garganta e ouvido, bronquite, sinusite, pneumonia e broncopneumonia”.

O pneumologista Fábio Pereira Muchão, do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) do bairro de Heliópolis, zona sul da capital, ressalta que a baixa umidade do ar dificulta a dispersão de poluentes, que acabam inalados pelas pessoas e provocam problemas respiratórios e infecções. “Com o ar mais seco, as vias aéreas são diretamente afetadas, facilitando a entrada de vírus e bactérias. A prevenção é o melhor remédio”, destaca. Ele ressalta que as crianças e idosos são os mais vulneráveis e os que sofrem mais com o tempo seco.

Igor Polonio, pneumologista da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, também enfatiza que todos os anos na época de estiagem cresce o número de pessoas com infecções respiratórias. “Principalmente crises de bronquite e enfisema. Em geral, o atendimento tanto no pronto-socorro quanto no setor de pneumologia aumenta com pessoas com tosse crônica, asma e infecções”. Ele alerta que o perigo costuma ser maior para pessoas com doenças crônicas porque, a cada crise as funções pulmonares vão diminuindo e não há retorno. “Por isso, fazemos de tudo para que essa pessoa não tenha crises, mas com o tempo seco isso fica quase impossível.”

Para tentar prevenir as crises, as dicas são ingerir bastante líquido, não fazer exercícios físicos entre as 10h e as 17h, período em que a umidade do ar fica mais baixa, deixar um recipiente com água ou um pano molhado no quarto antes de dormir, não usar o umidificador elétrico por muitas horas seguidas, para evitar que o ambiente fique muito úmido e cause mofo e bolor, lavar as narinas com soro fisiológico ou fazer inalações com o produto, manter os ambientes arejados e livres de tabaco e poeira, evitar frequentar lugares fechados em que haja grande concentração de pessoas.

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