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Com alta de casos, BH recua em abertura e proíbe serviços não essenciais

Um mês depois de iniciar seu processo de flexibilização da quarentena, Belo Horizonte registrou em junho seu recorde de casos de coronavírus

Alexandre Kalil, prefeito de BH: "estamos em guerra" (Amira Hissa/Divulgação)
CR

Carolina Riveira

Publicado em 26 de junho de 2020 às 17h15.

Última atualização em 26 de junho de 2020 às 19h56.

O prefeito de Belo Horizonte , Alexandre Kalil (PSD), anunciou nesta sexta-feira, 26, que só os serviços essenciais poderão funcionar na capital mineira a partir da próxima segunda-feira, 29.

O prefeito também disse que vai sancionar um projeto, aprovado pela Câmara de Vereadores, que obriga o uso de máscaras em locais públicos e estabelecimentos comerciais.

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Um mês depois de iniciar seu processo de flexibilização da quarentena, Belo Horizonte registrou nesta semana seu recorde de casos desde o começo da pandemia.

"A compreensão de que nós estamos em guerra é o que faltou a muita gente. Quando eu disse que nós estávamos em guerra, vocês estavam aqui. Eu nunca vi fazer churrasco em prédio em guerra. Eu nunca vi correr em guerra", disse em entrevista coletiva anunciando as medidas.

A capital mineira tem até agora 4.868 casos, segundo boletim divulgado nesta sexta-feira pela Secretaria de Saúde de Minas. São 109 mortes na capital.

A maior parte dos casos contabilizados na capital mineira surgiu no mês de junho: foram mais de 3.000 novos casos em Belo Horizonte até o dia 26 de junho. No último dia de maio, há menos de um mês, o total na cidade era de 1.803 casos e 49 mortes.

A taxa de ocupação de leitos de UTI em Belo Horizonte está em torno de 85%, ante 45% no começo do mês. O secretário de Saúde Jackson Machado disse que a lotação das UTIs e o alto uso do transporte de emergência do Samu, que dobrou nesta semana, foram fatores que impactaram na decisão de restringir o comércio na cidade.

Aumento de casos em MG

O estado de Minas como um todo vem tendo sua maior alta de casos até agora em junho, com mais de 70% dos casos totais no estado tendo sido registrados neste mês.

Minas tem 38.891 casos confirmados e 833 mortes por coronavírus, segundo boletim desta sexta-feira, 26. Nas últimas 24 horas antes da divulgação do boletim de hoje, foram 6.095 novos casos e 27 óbitos.

Minas é, até agora, o estado do Sudeste com o menor número de casos confirmados de coronavírus, atrás de Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, nesta ordem.

Mas há discussões sobre uma alta subnotificação de casos no estado e em Belo Horizonte. Estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) divulgado neste mês coletou amostras de parte da população de Belo Horizonte e projeta que mais de 50.000 pessoas estavam contaminadas pelo vírus na cidade.

Na mesta data do estudo, o número de confirmados na capital mineira era de pouco mais de 3.000 pessoas. O número de 50.000 contaminados, embora diga respeito só à capital, seria maior até mesmo do que os infectados de todo o estado de Minas.

Voltando atrás

Kalil disse na coletiva desta sexta-feira que está "voltando humildemente atrás" e pediu à população que denuncie caso veja aglomerações. "A culpa é toda do prefeito, que está matando a economia, o comércio. Mas tem uma coisa que vou preservar até o último dia: é a vida, a coerência."

Belo Horizonte estava desde o fim de maio em processo de reabertura. A primeira fase foi em 25 de maio e a segunda, em 8 de junho. Na fase atual, cerca de 80% dos estabelecimentos na cidade estavam funcionando.

O anúncio feito hoje leva Belo Horizonte para uma volta à quarentena que existia antes de 25 de maio. Podem abrir serviços como padarias, supermercados, bancas de jornal e lojas de material de construção.

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