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Com abraços, religiosos ajudam a amenizar dor em cemitério

Grupo de 50 religiosos encontrou uma maneira bem-humorada de ajudar as pessoas que visitam túmulos de parentes no Distrito Federal

Cemitério em Brasília: objetivo da iniciativa é levar um pouco de conforto a quem vive um momento de emoção. (Marcello Casal/Agência Brasil/Reprodução)

Cemitério em Brasília: objetivo da iniciativa é levar um pouco de conforto a quem vive um momento de emoção. (Marcello Casal/Agência Brasil/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 2 de novembro de 2013 às 14h57.

Brasília - Um grupo de 50 religiosos, ligados a diversas igrejas do Distrito Federal, encontrou uma maneira bem-humorada de ajudar as pessoas que visitam túmulos de parentes neste Dia de Finados a lidar com a saudade.

Com sorriso estampado no rosto e usando cartazes escritos à mão, com letras coloridas e grandes, eles oferecem abraços gratuitos a quem passa pelo Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, região central de Brasília. De acordo com o coordenador da iniciativa, o estudante Gabriel Dantas, 19 anos, o objetivo é levar um pouco de conforto a quem vive um momento de emoção.

"Nós nos preparamos antes da ação, tentamos passar para todo mundo que vai participar que não podemos impor nosso abraço, mas oferecer a quem quiser recebê-lo", explicou.

Para a funcionária pública Claudia Cristina, 43 anos, integrante do grupo, é gratificante ver como as pessoas gostam de receber carinho em um momento delicado. "Em geral, as pessoas que vêm ao cemitério estão carentes e a gente vê claramente como muitas, às vezes estando sozinhas, têm necessidade desse abraço. Há aquelas que não aceitam, passam, nem nos olham, mas outras não esperam a gente oferecer, vêm até nós para receber o abraço", disse.

Depois de visitar o túmulo da mãe, que morreu há mais de 20 anos, a servidora pública Rosiane Alves, 47 anos, fez questão de receber um abraço de Cláudia. Segundo ela, a surpresa ajuda a amenizar a tristeza da perda.

"Cada um entra aqui com um tipo de sentimento e é uma surpresa ver esse carinho, essa demonstração de fraternidade. Mesmo depois de duas décadas desde a morte da minha mãe, ainda me emociono muito ao lembrar dela e vir aqui faz as memórias reviverem. A gente se acostuma à ideia de não tê-la mais conosco, mas a saudade não acaba. O sentimento é o mesmo", disse, com lágrimas nos olhos.

A vendedora Maria Aparecida, 37 anos, também aceitou o abraço. "Hoje em dia, quando se cobra por tudo, é bom ver que tem gente disposta a oferecer algo que faz tão bem sem cobrar nada em troca", disse ela, que foi até o cemitério neste sábado visitar o túmulo da sogra. "É um dia de dor, porque voltar a este local nos faz lembrar do dia do sepultamento, do momento da perda", acrescentou.

De acordo com a empresa Campo da Esperança, responsável pela administração dos seis cemitérios do DF, a expectativa é que, juntos, eles recebam mais de 600 mil pessoas neste Dia de Finados. Ao todo, há 401,3 mil pessoas sepultadas na região.

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